20/04/07 15h16

BNDES elabora política industrial

Folha de S. Paulo - 20/04/2007

A escolha do economista Luciano Coutinho para o BNDES faz parte da estratégia do governo de tentar se aproximar mais do empresariado e desenvolver, no segundo mandato do presidente Lula, uma ampla política industrial para reestruturar o setor produtivo no país. Na mira estão os segmentos empresariais que sofrem com a valorização do real e o contrabando, além daqueles que enfrentam forte concorrência dos produtos importados. Com isso, o governo acredita que será possível abrir caminho para aumentar a taxa de investimento no Brasil, um dos pontos mais vulneráveis da economia e entrave ao crescimento mais acelerado. A idéia é que o BNDES tenha, a partir de agora, uma participação mais forte na definição da política industrial em vez de ser apenas seu agente financeiro. O economista foi lembrado para o posto pelo próprio presidente Lula por causa de seus conhecimentos sobre a "cadeia produtiva". Lula avalia que ele será importante para desenvolver uma política de fortalecimento do mercado interno, sua prioridade para o Ministério do Desenvolvimento no segundo mandato. Coutinho contou com o apoio também do ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais). Durante seu período à frente do Ministério do Turismo, o economista foi contratado para fazer um estudo sobre a cadeia produtiva do setor no país. Segundo a Folha apurou, Coutinho deverá ter total liberdade para montar sua equipe no BNDES, mas, a exemplo do que fez Jorge, acredita-se que deverá aproveitar técnicos que estão no banco e têm experiência nessa área. Um deles deverá ser o economista Antônio Barros de Castro, atualmente diretor na área de planejamento.