18/12/14 13h37

Britânica Chariot busca parceiro no país

Valor Econômico

A petroleira independente britânica Chariot Oil & Gas está reduzindo investimentos em exploração e produção, sob impacto da recente queda no preço do petróleo. Ao mesmo tempo, a companhia busca novo parceiro para seu programa de exploração no Brasil, beneficiado pela redução de custos, devido à queda nos preços dos serviços ao setor.

A empresa focada na exploração e produção na margem atlântica - região de fronteira exploratória na África e América do Sul - afirmou ontem, em comunicado, que a queda na cotação do petróleo afetou significativamente a escala de investimentos ao longo de todos os setores da indústria petroleira, tornando o ambiente de negócios mais desafiador.

Por outro lado, a companhia avalia que a queda global da commodity criou também oportunidades de negócios. "Enquanto o menor preço do petróleo deve continuar a afetar o nível de investimento em exploração, a retração contribuiu para significativa queda no custo dos serviços para óleo e gás ao longo dos últimos meses, da sísmica à perfuração e completação [de poços]", disse a empresa.

Como consequência, apesar da redução nos dólares investidos, eles renderão mais, explica a companhia. "No Brasil, por exemplo, o custo inicial da sísmica 3D cotado um ano atrás foi reduzido em mais da metade. Com a adição ainda de um parceiro, a Chariot reduziu a exposição financeira líquida desse programa de US$ 25 milhões para US$ 7,5 milhões", informou a companhia, acrescentando que está buscando agora uma segunda parceira para compartilhar ainda mais o risco desse programa.

Além das estratégias de aproveitar oportunidades no ambiente de queda de preços e reduzir riscos através de parcerias, a Chariot aposta na posição de "fast follower", seguindo rapidamente as líderes de mercado, que ficam com a maior parte do risco.

"No Brasil, a Petrobras e a BP devem perfurar o primeiro teste profundo na Bacia de Barreirinhas entre o quarto trimestre 2014 e o primeiro trimestre de 2015, com nove poços de exploração previstos antes da Chariot ter de entrar em fase de perfuração", diz a companhia, ressaltando que isso deve dar conhecimentos significativos sobre os prospectos sob seu controle.

No Brasil, a Chariot obteve na 11ª Rodada de Licitações, em maio de 2013, quatro licenças de exploração em alto mar. Em agosto deste ano, a petroleira vendeu 25% de participação nas áreas à AziLat, subsidiária da Azimuth, em troca do pagamento de 50% da sísmica 3D. O negócio ainda está sujeito à aprovação e a contratação da sísmica é esperada para 2015.

"Sem subestimar o impacto da queda de preços sobre a indústria, a posição de caixa da companhia, longos períodos de licenças e baixos compromissos estão claramente a favor da Chariot no atual ambiente de negócios", ressalta a companhia, que espera atingir posição de caixa não auditada de US$ 42 milhões ao fim de 2014, com US$ 13,5 milhões em recuperáveis de seus parceiros.

Além do Brasil, a Chariot detém licenças de exploração na Namíbia, Mauritânia e Marrocos. A companhia é listada no submercado AIM da bolsa de valores de Londres, segmento voltado para empresas pequenas.