23/04/07 11h15

China mira mercado de defensivos do Brasil

Valor Econômico - 23/04/2007

As indústrias de defensivos da China, cuja produção cresce em média 9,62% ao ano desde 1995, querem vender seus produtos no Brasil sem intermediários. Quatro das maiores empresas chinesas do segmento aceleraram os pedidos de registro de defensivos genéricos junto ao governo brasileiro e buscam sócios para consolidar seus negócios no país. Para isso, contrataram a Allier Brasil Consulting para mediar as negociações. Flávio Hirata, consultor da Allier, diz que os grupos chineses ainda preferem não ter seus nomes revelados. Nenhum deles exporta agroquímicos ao Brasil e já solicitaram o registro por equivalência de fungicidas e herbicidas para dar início às operações no Brasil. "As indústrias já tinham interesse no mercado brasileiro desde 2000, mas a demora na aprovação dos registros espantava os chineses. Com a aprovação de registros por equivalência, esse prazo foi reduzido de cinco anos para seis meses". A legislação para registro de produtos por equivalência foi aprovada pelo governo brasileiro em 2006, e dispensa alguns testes para produtos genéricos com mesma formulação de outros de uso já autorizado. Com isso, o prazo para aprovação cai de três a cinco anos, em média, para seis meses. Conforme Luís Eduardo Rangel, coordenador geral de agrotóxicos do Ministério da Agricultura, 13 produtos (nenhum chinês) já foram aprovados depois da nova lei e outros 300 esperam avaliação. Após obterem sinal verde para os pedidos de registro, a meta dos grupos chineses, conforme o consultor, é fazer parcerias com empresas que tenham uma malha de distribuição eficiente para agilizar as vendas. "Essas indústrias produzem genéricos e a meta é obter maior rentabilidade vendendo diretamente, sem passar por formuladores e distribuidores", diz ele.