14/03/18 13h30

Comércio entre Brasil e Colômbia deve passar de US$ 4 bilhões no ano

No ano passado, as trocas entre os dois países já alcançou US$ 3,9 bilhões. Valor tende a aumentar com a assinatura do ACE-72, a qual pode abrir oportunidades aos setores têxtil e automotivo

DCI

O comércio entre o Brasil e a Colômbia se acelerou no ano passado e com a entrada em vigor do Acordo de Complementação Econômica (ACE) 72 em dezembro de 2017, a tendência é que as trocas ultrapassem a cifra de US$ 4 bilhões ao final de 2018.
No ano passado, a corrente de comércio entre os dois países já alcançou US$ 3,9 bilhões, aumento de 25,7% em relação a 2016, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).

O presidente da associação de promoção de exportação e investimento ProColombia, Felipe Jaramillo, avalia que a expansão das trocas bilaterais em 2017 foi impulsionada pelo aumento do preço internacional do petróleo e pelo processo de diversificação da pauta exportadora colombiana ao País.

“Houve um crescimento significativo das exportações colombianas ao Brasil [no ano passado], primeiro pela alta dos preços das commodities de petróleo, que correspondem a 50% dos produtos colombianos que chegam aqui [Brasil]. Segundo, e talvez o mais importante, é que a Colômbia tem diversificados as suas vendas para o Brasil. Estamos exportando mais serviços, produtos de plásticos e da indústria têxtil”, conta Jaramillo.

Segundo o Mdic, as importações brasileiras da Colômbia saltaram 58,8% em 2017, alcançando US$ 1,442 bilhão, ao passo que as nossas vendas ao país parceiro cresceram 12,2%, para uma cifra de US$ 2,507 bilhões. O ano de 2018 também já começou em alta, com a Colômbia elevando em 25% as suas vendas ao Brasil (a US$ 270 milhões), enquanto, ao contrário, o aumento foi de 52,6%, para US$ 502 milhões, durante o primeiro bimestre.

Jaramillo espera que o ACE-72 dinamize ainda mais esse comércio, já que, com este, ocorreu uma liberalização de 97% da pauta exportadora dos dois países. Ele conta que o acordo abrirá oportunidades mútuas nos setores têxtil, siderúrgico, químico e automotivo. Sobre este último, ficou acertado que em 2018, por exemplo, tanto as empresas da Colômbia quanto as do Brasil poderão exportar até 25 mil veículos sem pagar o imposto de importação. Já a partir de 2019, esse número subirá a 50 mil.

O presidente da ProColombia comenta que além da parceria comercial, os dois países estão intensificando os investimentos bilaterais. Segundo a entidade, entre 2000 e 2017, a Colômbia investiu US$ 2,03 bilhões no Brasil. De acordo com Jaramillo, alguns dos aportes colombianos mais importantes no País estão nos setores financeiros e de seguros.

Presença

De outro lado, há, hoje, cerca de 160 empresas brasileiras na Colômbia, entre as quais estão a Votorantim, Eurofarma, Natura, Boticário, Itaú, Algar Tech e Totvs. Segundo a ProColombia, as principais oportunidades para o Brasil estão nos segmentos farmacêutico, serviços e telecomunicações. De 2010 a 2017, a entidade acompanhou 32 projetos de investimentos brasileiros na Colômbia, os quais geraram aportes no valor de US$ 777 bilhões, além de 21.512 postos de trabalho.

Jaramillo destacou que as perspectivas para a economia colombiana são positivas. Após ter avançado 1,8%, o Produto Interno Bruto (PIB) do país parceiro deve aumentar mais 3% neste ano, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Jaramillo analisa ainda que a economia colombiana tem sido destaque na América Latina. “A Colômbia tem apresentado uma expansão acelerada. Mesmo durante os dois últimos anos, em que a América Latina passou por um momento de contração econômica, a Colômbia conseguiu se manter como uma taxa de crescimento positiva”, afirma o presidente da ProColombia.

Ele comenta também que apesar de todos os problemas sociais históricos da Colômbia, como os conflitos com as Farc, a condução da economia sempre foi responsável, o que proporcionou ao país alcançar taxas expressivas de expansão.

Início de 2018

Durante os primeiros dois meses de 2018, o Brasil aumentou em 32,8% as suas compras de plástico e de borracha (a US$ 55 milhões) da Colômbia. Houve também alta nas importações de produtos minerais (18,7%, para US$ 153 milhões) e têxteis (a US$ 6,3 milhões). Já as exportações brasileiras de transportes para a Colômbia cresceram 145%, para US$ 132 milhões.