06/09/18 12h21

Custo de produção recua na indústria

DCI

estabilização dos salários em um cenário de maior empenho dos trabalhadores para garantir seus empregos, além do dólar valorizado sobre o real, deve reduzir o custo de produção da indústria brasileira em 2018 se comparado com os principais parceiros comerciais do País. O desempenho é medido pelo custo unitário do trabalho efetivo (CUT efetivo), calculado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que compara o custo médio do trabalho, em dólares, para fabricar um produto no Brasil com o dos 10 principais parceiros comerciais do País.Esse aumento de competitividade deve se refletir em um menor custo para produção no Brasil em relação a Estados Unidos, Argentina, Alemanha, México, Japão, França, Itália, Coreia do Sul, Países Baixos e Reino Unido.“O salário está estável em relação ao ano passado e a produtividade deve crescer, pois a crise estimula trabalhadores a produzir mais e empresas a serem mais eficientes”, explica o gerente-executivo de pesquisas e competitividade da CNI, Renato da Fonseca. Desta forma, o CUT efetivo deve cair neste ano.Em 2017, produzir no Brasil ficou 5,4% mais caro em relação aos demais países, devido à valorização do real em 5% frente às moedas dos demais parceiros, a um salário médio real 2,7% maior que o dos demais países e a uma produtividade 2,3% maior que a média dessas nações.O aumento do salário médio real efetivo foi maior do que o da produtividade e contribuiu para a perda de competividade do Brasil. Câmbio Neste ano, porém, o dólar se valorizou frente o real, o que deixa os salários pagos nos demais países mais elevados que os praticados no Brasil. “O câmbio ainda gera incerteza e é muito volátil”, diz Fonseca. “Mas apesar da perda de competitividade do ano passado, esperamos um aumento neste ano, já que o câmbio deve compensar o resultado negativo de 2017”, afirma o economista. O desafio, para ele, é a manutenção do aumento de produtividade.