19/08/16 12h47

Depois de usado, lápis é plantado

Valor Econômico

Uma marca de lápis ecológicos, que podem ser plantados depois de usados, procura parceiros no Brasil. O dinamarquês Michael Stausholm está no Rio para a Olimpíada e quer produzir no Brasil o produto lançada há três anos, pela Sprout World.

Idealizada por três americanos que estudavam no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a startup foi criada em 2012 e adquirida por Stausholm em 2013. A sede da companhia foi montada em Copenhague.

O produto parte de uma ideia simples: cada lápis produzido com madeira certificada de cedro recebe em uma das pontas uma cápsula com sementes de temperos (como manjericão, coentro e menta), ou verduras (tomate e brócolis), frutas (morangos é uma delas) ou flores.

É possível encontrar o lápis em 12 cores. A cápsula que guarda as sementes é de plástico biodegradável. Fica na ponta, que deve ser enterrada em um vaso com terra e regado. São 30 espécies de sementes disponíveis. Cada lápis é vendido por US$ 2 a unidade, nos Estados Unidos. A empresa também produz cartões feitos com material biodegradável que podem ser plantados.

Em evento realizado na Casa da Dinamarca, na praia de Ipanema, Stausholm disse que não pretende "salvar o mundo", mas acha que é uma oportunidade para fazer as pessoas pensarem em sustentabilidade.

Desde o lançamento, a Sprout vem dobrando o faturamento a cada ano, diz Stausholm. Ele contabiliza a venda de mais de 2,5 milhões de lápis no último ano e meio, em 60 países. Para 2016, prevê um lucro de US$ 4 milhões.

Além de varejistas, a Sprout tem como clientes empresas como a sueca Ikea, as francesas Suez e Veolia, os americanos Bank of America, Pepsi e Disney e a italiana Enel, entre outras. A lista também inclui o jornal inglês "The Guardian". Em três anos, a companhia aumentou de 2 para 20 o número de empregados e acaba de abrir escritório em Boston.

Até agora, os Estados Unidos são o único lugar onde os lápis são produzidos fora da Europa. A Amazon é o maior ponto de vendas. O plano é fazer do Brasil uma plataforma de lançamento para a América do Sul. "Já temos interessados na Colômbia, Peru e Argentina, além de Espanha e Portugal. Agora, queremos encontrar um parceiro para produção, vendas e distribuição na região", diz o executivo.

Diante do tamanho do mercado sul-americano, Stausholm diz que estava em dúvida se deveria escolher crescer na região ou optar pela Ásia. Depois da viagem ao Rio, no entanto a decisão é pelo Brasil. "Sabemos que teremos muitos clientes aqui", afirma.