09/11/17 13h09

EDP vai investir R$ 8,3 mi em inteligência artificial para distribuição

IstoÉ

A EDP Brasil anunciou nesta quarta-feira, 8, investimentos de R$ 8,3 milhões ao longo dos próximos 18 meses em um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento para sistemas de inteligência artificial aplicados à área de distribuição de energia. O projeto, em parceria com a EY e a Universidade de São Paulo (USP), irá estudar os impactos da automação de processos com robôs de última geração. “Queremos ser líderes na aplicação da inteligência artificial no setor”, disse o presidente da EDP Brasil, Miguel Setas.

O estudo permitirá o uso de robôs de primeira geração, que são capazes de automatizar processos manuais e repetitivos, liberando as pessoas para atividades mais analíticas e criativas. Na sequência, será realizado o mesmo estudo usando robôs de terceira geração e superior, com o uso de inteligência artificial, capazes de aprender a identificar “padrões”. Entre os usos já vislumbrados está o combate a perdas e inadimplência.

Com o projeto, a EDP espera identificar oportunidade de otimizar e robotizar diversas atividades de forma a obter eficiência, produtividade e qualidade na execução. A iniciativa foi inserida em outubro de 2017 no âmbito dos programas de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A EDP já criou, neste ano, um Centro de Excelência em Robotização e disponibilizou 15 robôs que entraram em operação em setembro, que consumiram R$ 2 milhões de investimentos, e o plano é implementar mais 23 robôs até o fim do ano e atingir mais de 100 robôs até ao final de 2018. “Estamos colocando cerca de R$ 20 milhões em redes inteligentes e tecnologias de inteligência artificial e robotização”, disse Setas, somando também o investimento de R$ 8 milhões em laboratório de redes inteligentes na USP, também inaugurado este ano.

Reforma do setor elétrico

A reforma do setor elétrico vai ser mais tímida do que a inicialmente esperada pelos agentes do setor, avaliou Setas. “Já se compreendeu que vai ser um slow track, e não um fast track”, disse o executivo a analistas e investidores, ao comentar sobre a profundidade das mudança das regras setoriais. Ele avaliou que, dada situação política do Brasil, “é difícil fazer uma reforma profunda nesta legislatura”.

O executivo elogiou, porém, a iniciativa da atual equipe do Ministério de Minas e Energia de lançar uma Consulta Pública com propostas de alterações legais, o que gerou mais de 200 contribuições. “De forma muito pragmática, o que vamos ter vai ser versão mínima disso”, disso.

Embora admita que nem todos os temas serão tratados no projeto de lei de reforma setorial que deve ser encaminhado em breve para o Congresso, Setas disse que não considera que tenha sido “trabalho perdido”. Só a EDP apresentou quatro volumes de contribuições, em cerca de quinhentas páginas. “A discussão do tema está aquecida, se quem vier a seguir quiser pegar o tema (…) haveria momento para uma reforma mais profunda”, acrescentou.