12/09/19 14h27

FAPESP realiza Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa em Piracicaba

FAPESP

Um público de 75 pessoas acompanhou em Piracicaba, no dia 30 de agosto, o sexto Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa realizado fora da capital paulista.

Neste ano, Sorocaba, Araçatuba, Lorena, Santo André e Santos já sediaram esse tipo de evento, que contribui para postulantes a um projeto apoiado pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) tirarem suas dúvidas sobre procedimentos de submissão de propostas.

As próximas edições estão marcadas para 30 de outubro, em Franca, e 27 de novembro, em Botucatu. Os diálogos do PIPE no interior contam com parceria do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Na capital, o próximo evento será no dia 25 de setembro , na sede da FAPESP, antes do encerramento do prazo do 4º Ciclo de Análise de Propostas do Programa, de 2019, em 21 de outubro.

Entre as 75 pessoas que preencheram a lista de presença no auditório do Senai, em Piracicaba, 25 eram empresários, funcionários ou pesquisadores de empresas. Havia também 12 professores universitários, 34 estudantes e estagiários, entre alunos da graduação, pós-graduação e pós-doutores, e ainda quatro que não se encaixaram em nenhuma das três categorias anteriores.

“Para os estudantes, principalmente os pós-graduados, existe uma maior chance de se tornarem empreendedores e coordenarem um projeto PIPE”, disse Américo Martins Craveiro, membro da coordenação adjunta da Diretoria Científica da FAPESP na área de Pesquisa para Inovação e apresentador do evento.

“Os professores já estão estabelecidos nas universidades e não podem ser pesquisador responsável [PR] por um projeto PIPE, já que se exige do PR o mínimo de 24 horas por semana dedicadas ao projeto. Caso receba a Bolsa Pequenas Empresas, a dedicação tem de ser de 40 horas”, explicou Craveiro.

Adicionalmente, para se tornar consultor de um projeto PIPE, o professor precisa de uma autorização da agência de inovação da universidade.

“A FAPESP solicita dois termos: um autorizando a participação do docente e outro indicando que o conhecimento gerado no projeto PIPE está vinculado àquele núcleo da universidade. Desse modo, a agência de inovação e a FAPESP podem negociar participação em royalties, quando o produto inovador da empresa entrar no mercado”, disse Craveiro.

Os royalties são sobre o faturamento líquido do produto. Se a empresa quiser fazer o depósito de patentes do projeto no Brasil e no exterior, essa despesa pode ser financiada pela FAPESP, por meio do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (PAPI).

Vale do Agronegócio

O município de Piracicaba teve, desde 1997, quando o programa PIPE começou, 65 projetos apoiados. Um número que deve crescer com a atual efervescência no crescimento de startups tecnológicas na cidade. Piracicaba se tornou nos últimos anos o mais importante núcleo de inovação na agricultura do país, a ponto de ser chamada de “Vale do Agronegócio” ou “AgTech Valley”, uma espécie de Vale do Silício da agricultura no Brasil.

Esse crescimento acontece principalmente por meio da ESALQTec Incubadora Tecnológica, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq-USP). São mais de 70 empresas entre incubadas e associadas.

“Outro polo de inovação na cidade é a Pulse, da Raízen, onde estão mais 25 startups residentes”, disse Craveiro. A Raízen é um grande fabricante de etanol e açúcar e, por meio de uma joint venture com a Shell na distribuição de combustíveis no país, a empresa também produz energia elétrica obtida por meio do bagaço.

“Esses dois espaços de incubação e mais a tradição da Esalq-USP deram uma grande potencializada na inovação tecnológica na cidade e região, como Americana e São Pedro.”

Recursos não reembolsáveis

O PIPE apoia, com recursos não reembolsáveis, a realização de pesquisa tecnológica visando a inovação em produtos ou processos em empresas com até 250 empregados, sediadas no Estado de São Paulo. Os projetos devem ser desenvolvidos por pesquisadores com vínculo empregatício com a empresa ou a elas associados para sua realização.

As propostas podem ser desenvolvidas em duas etapas. A Fase 1, de demonstração da viabilidade tecnológica do produto ou processo, tem duração máxima de 9 meses e recursos de até R$ 200 mil. A Fase 2, de desenvolvimento do produto ou processo inovador, pode ser realizada em até 24 meses, com recursos limitados a R$ 1 milhão.

Mais informações: www.fapesp.br/pipe/.