22/04/07 11h11

Faturamento cresce 5,8%, diz Abimaq

Folha de S. Paulo - 22/04/2007

A Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) também constatou recuperação do faturamento das empresas do setor, cujas vendas subiram 5,8% no primeiro trimestre de 2007 ante igual período de 2006, segundo dados divulgados com exclusividade para a Folha. Em todo o ano de 2006, o faturamento das firmas de máquinas e equipamentos caiu 2% na comparação com 2005. Apesar do resultado positivo do começo do ano, o presidente da Abimaq, Newton de Mello, não se mostra tão otimista. Diz que boa parte da reação se deve à fraca base de 2006. "Os resultados são até certo ponto surpreendentes, mas ainda não dá para saber se é só um ponto fora da curva ou se sinaliza o começo de uma tendência de recuperação". Isso porque as premissas que determinaram o fraco resultado de 2006 se mantém neste ano, diz. A principal delas é o câmbio, segundo Mello. A valorização do real reduziu a competitividade das máquinas e dos equipamentos brasileiros e afetou especialmente setores que demandam muitos equipamentos, como calçados, vestuário e madeira. A diferença entre a produção do IBGE, que cresce mais, e o faturamento da Abimaq decorre do fato de o levantamento do órgão oficial ser mais amplo -inclui equipamentos de transporte, por exemplo. Outra diferença é a questão preço, potencialmente afetada pela concorrência com importados mais baratos. Setorialmente, afirma Mello, o desempenho não foi uniforme. Caiu o faturamento das empresas que vendem máquinas para o ramo têxtil (20%) e de madeira (36%), atingido pelo câmbio. Por outro lado, cresceu o das firmas voltadas para os segmentos agrícolas (28%) e petroquímico (36%). Segundo Mello, o fator câmbio é determinante e se sobrepõe à redução dos juros. Em março, o crescimento em volume foi de 30%.