23/11/17 14h09

Faturamento das micro e pequenas empresas paulistas cresce 11,4% em julho

Foi o quinto mês seguido de aumento no índice sobre o mesmo período do ano anterior, revela pesquisa realizada pelo Sebrae-SP

PE&GN

Pelo quinto mês seguido, na comparação com igual período do ano anterior, o faturamento das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas registrou aumento. Em julho, a receita total (já descontada a inflação) das MPEs cresceu 11,4% ante julho de 2016, atingindo o montante de R$ 55,3 bilhões. Os dados são da pesquisa mensal Indicadores Sebrae-SP.

Conforme a tendência registrada nos últimos meses, o resultado positivo pode ser explicado pela queda da inflação, que preserva o poder de compra da população. Também influenciou a injeção de recursos na economia vindos da liberação de recursos das contas inativas do FGTS.

“O desempenho dos pequenos negócios que, pelo quinto mês consecutivo viram seu faturamento aumentar, é reflexo da retomada de crescimento da economia”, diz o presidente do Sebrae-SP, Paulo Skaf. “Esses empreendimentos são um importante termômetro da conjuntura atual e os números mostram a consolidação de uma trajetória de resultados positivos nos últimos meses. Dado seu papel, na estrutura de negócios e geração de ocupações, é preciso trabalhar para criar condições mais favoráveis para esses empreendimentos, sem aumento de impostos nem medidas que inibam seu desempenho”.

Por setores, o desempenho do faturamento foi o seguinte: nos serviços, a alta foi de 24,6%, e no comércio, crescimento de 3,5%. A indústria esteve na direção oposta e apresentou recuo de 2,6%, em julho sobre o mesmo mês do ano passado. O setor de serviços mostrou um porcentual acentuado de aumento. A base fraca de comparação facilitou o crescimento expressivo em julho de 2017. O ano de 2016 teve o pior julho desde 2009, época da crise financeira internacional e de contenção de gastos dos consumidores.

Na análise por regiões, em julho de 2017, o destaque fica por conta do município de São Paulo, onde o faturamento subiu 25,1% em relação a um ano antes. A Região Metropolitana de São Paulo teve o segundo melhor resultado, com elevação de 17,1% no valor das vendas e as MPEs do interior viram sua receita aumentar 5,6%. O Grande ABC destoou, com queda de 14,5%. O fato de as MPEs da região dependerem, em certa medida, de negócios com outras empresas, pequenos negócios e de grande porte, pode ter pesado para o mau desempenho em julho. Apesar da recuperação paulatina da economia brasileira, as empresas, em geral, ainda convivem com uma situação financeira frágil.

A pesquisa mostra que no confronto de julho deste ano com o mesmo período de 2016, houve aumento de 2,5% no pessoal ocupado nas MPEs do Estado. Esse crescimento representa um aumento de cerca de 183 mil ocupações nas MPEs, sobre o mesmo período do ano passado. O rendimento dos empregados dessas empresas (+ 4,1%) e o valor da folha de salários (+8,2%) também tiveram variação positiva nesse período.

Microempreendedor  Individual (MEI)

Após 23 quedas seguidas, os Microempreendedores Individuais (MEIs) paulistas registraram aumento – de 2,8% – no faturamento em julho ante igual mês do ano passado. A receita total dos MEIs ficou em R$ 3,6 bilhões no mês.

O setor que registrou o melhor resultado entre os MEIs foi a indústria, com alta de 9,8%, seguida pelos serviços: aumento de 9,3% em julho sobre o mesmo mês de 2016. Já o comércio viu o valor das suas vendas cair 8,3% no período.

Os MEIs da região metropolitana de São Paulo registraram queda de 2% no faturamento. Já os do interior apresentaram crescimento de 8,7% no indicador.

“O MEI, que atua num ambiente muito concorrencial, sentiu muito o impacto da crise e sua recuperação demorou mais do que a das micro e pequenas empresas, mas finalmente houve esse primeiro respiro no faturamento em julho. A expectativa agora é que essa melhora se sustente”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.

Expectativas

A pesquisa registrou uma relativa estabilidade nas expectativas dos donos de MPEs para os próximos seis meses. Em agosto, 52% afirmaram que esperam manutenção para o faturamento do negócio, da mesma forma que um ano antes. Para 32% haverá melhora (eram 33% em agosto de 2016) e 7% falam em piora (igual a um ano antes).

Entre os MEIs paulistas, 50% acreditam em melhora no faturamento nos próximos seis meses, ante 51% em agosto de 2016. Outros 39% aguardam estabilidade, assim como um ano antes. Na opinião de 7%, haverá redução na receita, o mesmo porcentual de agosto de 2016.

Em relação à economia, 45% dos proprietários de MPEs disseram esperar estabilidade (50% um ano antes). O grupo dos que creem em melhora diminuiu de 34% um ano antes para 26%. Para 16%, haverá piora (eram 8%).

Na avaliação de 45% dos MEIs, a economia vai se estabilizar (43% pensavam assim em agosto de 2016). Já 35% esperam melhora ante 39% de um ano antes. Para 17%, a economia vai piorar; em 2016, 15% tinham essa opinião.

A pesquisa

A pesquisa Indicadores Sebrae-SP foi realizada com apoio da Fundação Seade. Foram entrevistados 1,7 mil proprietários de MPEs e 1 mil MEIs do Estado de São Paulo durante o mês de referência. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os MEIs são definidos como os empreendedores registrados sob essa figura jurídica, conforme atividades permitidas pela Lei 128/2008. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE