19/08/14 13h39

Gigante alemã mira o longo prazo no Brasil

Presidente da ThyssenKrupp vê oportunidades em novas áreas, como a de fertilizantes

Folha de S.Paulo

Em passagem nesta segunda (18) por São Paulo, o presidente da empresa, Heinrich Hiesinger, admitiu uma diminuição pontual no ritmo das injeções de recursos, que variam com o dinamismo dos mercados, mas disse acreditar "fortemente nos fundamentos do país" e em retorno no longo prazo.

"Temos visto altos e baixos em todos os mercados, como parte de um processo muito normal. Vimos isso nos EUA, na Índia e na China. Não vamos mudar os nossos negócios porque vemos a demanda desacelerar em dois ou três anos."

Fabricante de elevadores, de aço e fornecedora de componentes, equipamentos e serviços para a indústria, a ThyssenKrupp planeja investir R$ 450 milhões no Brasil entre 2013 e 2016.

Alguns investimentos estão em andamento, como o aumento da capacidade de produção da fábrica de elevadores em Guaíba (RS) e a modernização da linha de componentes automotivos em Campo Limpo Paulista (SP).

"É claro que a demanda está esfriando, comparada ao período de obras para a Copa. Sabemos que o setor automotivo também não vai bem. Mas o mercado doméstico é forte, voltará a crescer."

A siderurgia é a divisão com maior participação nos negócios da empresa no Brasil (entre 40% e 45%). Mas Hiesinger vê um grande potencial de crescimento da área de soluções para a indústria, especialmente no setor de fertilizantes, com a construção de novas fábricas.

No longo prazo, a tendência é que os negócios do grupo no país sigam o mesmo caminho que Hiesinger, presidente da empresa desde 2011, desenhou para outros mercados em busca de maior rentabilidade: o foco em negócios mais rentáveis que o aço.

A siderurgia já responde por cerca de 30% do faturamento global da Thyssen- Krupp, ante aproximadamente 40% há cinco anos. A estratégia tem melhorado os resultados da empresa, que deve registrar lucro líquido pela primeira vez em três anos.

No Brasil, a siderurgia ainda ocupa espaço maior porque o grupo não conseguiu vender a usina siderúrgica CSA, no Rio, em 2013. Agora, trabalha para torná-la mais rentável, com a oferta de placas de aço de alta qualidade.

"O meu compromisso original era tornar a CSA rentável no próximo ano fiscal", disse ele, destacando que já neste último trimestre a operação teve resultado positivo. A melhora, no entanto, não acaba com o plano de venda, que deve ser retomado no "médio e longo prazo".