22/05/18 13h26

Indústria 4.0 vai gerar US$ 15 trilhões em receitas em 15 anos

Para usufruir do crescimento, indústria automotiva precisa aprender a trabalhar dados

Automotive Business

A indústria 4.0, conceito que prevê fábricas automatizadas, conectadas e inteligentes, poderá liberar US$ 15 trilhões em receitas nos próximos 15 anos. “Não há nenhum outro conceito com potencial tão expressivo de gerar faturamento”, afirma José Rizzo Hahn, presidente da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII) e da Pollux Automation no País. Ele participou do Workshop Indústria 4.0 realizado por Automotive Business em São Paulo na segunda-feira, 21.

Segundo o executivo, para desfrutar do crescimento a indústria automotiva precisa aprender a lidar com dados, desenvolvendo a capacidade de gerar e analisar enorme quantidade de informações. “A internet das coisas (IoT) cresce exponencialmente. Teremos 50 bilhões de coisas conectadas até 2020. Os dados gerados por esses dispositivos trazem potencial para que empresas promovam rupturas na lógica do mercado e inovem”, diz.

Hahn reforça que o custo de não investir nesta transformação será alto, citando estudo da Washington University que traça o assustador panorama de que 40% das 500 maiores empresas dos Estados Unidos vão deixar de existir nos próximos 10 anos. “Parece absurdo, mas já vemos isso com a Amazon, por exemplo, que mudou o varejo com forte impacto sobre negócios tradicionais como [a loja de eletrônicos] Best Buy.”

O executivo enumera que a análise dos dados é o caminho para oferecer soluções mais adequadas ao mercado e à economia de compartilhamento que ganha força, enquanto o conceito de posse se enfraquece. A própria Pollux, que fornece robôs e soluções de automação, já incorpora esta transformação. “O Brasil é um dos países mais desrobotizados do mundo. Estamos muito atrás da China e da Alemanha. Diante disso, passamos a oferecer as nossas soluções por assinatura, como um serviço”, conta. Assim, os clientes da companhia podem alugar robôs com o pacote de serviços de engenharia adequado. “Hoje 80% dos nossos negócios já funcionam com este formato”, conta.