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Indústria aumenta produção em março

Valor Econômico - 28/03/2007

O crescimento do mercado doméstico e o impulso extra da construção civil ajudaram a indústria brasileira a manter um bom ritmo de produção em março. Levantamento do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) mostra que 42% das 678 empresas ouvidas planejaram aumento de produção neste mês. É um número muito maior do que o verificado no mesmo período do ano passado, quando apenas um quarto delas estava produzindo mais. E esse movimento não está restrito às companhias localizadas em São Paulo. A Papaiz, que produz fechaduras e cadeados, vai contratar mais 150 pessoas para sua fábrica de Salvador, após expandir a área de produção dessa unidade. O ritmo mais forte da indústria está ancorado em um mercado interno mais dinâmico, com renda e crédito ainda em expansão. A análise é do diretor do departamento econômico do Ciesp e vice-presidente do conselho de administração da Suzano Holding, Boris Tabacof. "Em 2005 crescemos apoiados no mercado internacional. No ano passado, isso mudou. Agora, o papel da demanda doméstica está ficando cada vez mais evidente", explica Tabacof. Na Becton Dickinson (BD), da área de tecnologia médica, o faturamento cresceu entre 8% e 10% em relação ao mesmo período do ano anterior. "O mercado interno está indo bem", diz o presidente para a América do Sul da BD, Geraldo Barbosa. No trimestre, o crescimento deve ficar próximo de 10%. O setor alimentício é outro a se beneficiar da continuidade do crescimento da renda e do emprego. A Village, que fabrica chocolates, panetones e bolos de páscoa, aposta em um incremento de 6% em suas vendas nesse início de 2007. A General Motors (GM) também tem visto seus números crescerem puxados pelo mercado interno. A empresa informa que expandiu suas vendas em 10% no primeiro trimestre. No final do ano passado, por conta de promoções, muitos carros foram vendidos. O resultado foi falta de estoque em algumas concessionárias, especialmente dos modelos Corsa, Celta e Prisma. Ao contrário do que o Ciesp avalia, a montadora credita o bom desempenho à redução dos juros ao consumidor, o que facilita o financiamento. E espera um segundo trimestre ainda melhor.