24/10/14 14h32

Linha do BNDES dá apoio a empresas mais enxutas

Valor Econômico

Entre 2009 e 2013, o BNDES consolidou e ampliou sua estratégia de apoio à inovação. Em cinco anos, o total de desembolsos para fomentar operações associadas ao desenvolvimento de ambientes inovadores passou de aproximadamente R$ 600 milhões para R$ 5,2 bilhões, incluindo os repasses à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Nos últimos cinco anos, o banco vem concentrando esforços para oferecer financiamentos que atendam as necessidades das empresas de se tornar inovadoras em todos os processos, da capacitação à aquisição de tecnologia para desenvolver produtos.

Uma das mais novas apostas é o programa BNDES de Apoio à Micro, Pequena e Média Empresa Inovadora: MPME Inovadora. Lançado este ano, é uma linha de crédito indireta com objetivo de fomentar o crescimento de empresas com estruturas mais enxutas.

"Trata-se de um produto indireto, ou seja, pode fazer parte do portfólio de instituições financeiras privadas, como o cartão BNDES, e tem uma expectativa de orçamento total de R$ 300 milhões. Ele é direcionado a micros e pequenas empresas inovadoras que busquem aumentar sua capacidade competitiva", explica Luciana Capanema, gerente de inovação do BNDES.

Por meio da intermediação dos agentes financeiros do BNDES, o MPME Inovadora busca financiar as necessidades das micro, pequenas e médias que tenham faturamento até R$ 90 milhões. Também é necessário que as empresas já tenham manifestado algum esforço de inovação. Pode ser um projeto de pesquisa, aquisição de serviços especializados ou consultoria.

O economista Felipe Maciel, também da gerência de inovação do BNDES, diz que o foco, neste caso, não é um projeto, mas a empresa de um modo global. "Nas micros e pequenas empresas, não há uma separação tão clara de projetos inovadores e programas de capacitação para inovar", explica.

A expectativa no BNDES é de que o MPME Inovadora estimule uma mudança de cultura, além de ser um aprendizado para o próprio banco. Luciana explica que é o produto se encaixa perfeitamente para empresas em parques tecnológicos, incubadas e/ou apoiadas por fundos de investimentos em empresas de base tecnológica. Outra vantagem do produto é o custo do empréstimo, 4% fixos ao ano, para quem contratar o financiamento ainda em 2014.

De forma paralela, como um dos principais problemas das linhas de financiamento para o segmento é a falta de recursos como garantia, o tomador do crédito pode usar o Fundo Garantidor de Investimento, que tem o BNDES como cotista. O custo já está embutido na linha de financiamento.

Luciana diz que o apoio à inovação é prioridade estratégica para o BNDES. "Nosso intuito é gerar valor econômico e social para melhorar o posicionamento competitivo das empresas", diz.

Para o BNDES, o nível da inovação deve ser relevante no aumento da competitividade ou da sustentabilidade do crescimento da empresa. No entendimento do banco, o projeto de inovação deve apresentar um esforço adicional, a fim de expandir e modernizar a capacidade produtiva da empresa.

Com o intuito de facilitar ainda mais o acesso às linhas de financiamento e aos programas que fomentam a inovação, em 2012, o BNDES promoveu uma revisão dos mecanismos de apoio destinados à inovação. Segundo Luciana, neste ano, foi criada a Linha BNDES Inovação, unificando linhas antes ofertadas separadamente para capacitação e desenvolvimento tecnológico, com diferentes graus de dificuldade.

"A estratégia do banco ao criar a BNDES Inovação foi simplificar o processo para a aquisição do financiamento", ressalta Luciana.

Esses investimentos podem contemplar inovações em produtos, processos, marketing, além do aprimoramento das competências e do conhecimento técnico na empresa.

Ela explica que, com a mudança, foram descontinuadas as linhas Inovação Tecnológica, Capital Inovador e Inovação Produção. "No seu lugar, foi criada a Linha BNDES Inovação, que

possui escopo mais amplo e estimula os investimentos em inovação compreendidos na estratégia de negócios da empresa. Incluindo ações contínuas ou estruturadas para inovações em produtos, processos e marketing, além do aprimoramento das competências e do conhecimento técnico no país", detalha.