27/09/16 14h17

Natura abre terceira loja em São Paulo

Valor Econômico

Em meio a um cenário econômico difícil, a Natura inaugura amanhã sua terceira loja física, no Shopping Pátio Paulista. A primeira unidade foi aberta em abril, no Morumbi Shopping, e o segunda opera desde agosto no Shopping Villa Lobos. Todas ficam na capital paulista.

A fabricante de cosméticos, tradicional na venda porta a porta, planeja abrir cinco lojas até dezembro, como parte dos esforços para diversificar seus canais de distribuição e recuperar mercado. A experiência nesses pontos servirá de base para a potencial adoção de um sistema de franquias.

O eixo Rio-São Paulo é prioridade para a empresa em suas incursões iniciais no varejo. A loja é chave para atrair o público jovem, que resiste à venda direta.

Para melhorar seus resultados no Brasil, além das lojas próprias, a companhia reforçou as vendas pela internet, por meio da Rede Natura; levou a linha Sou à rede de farmácias Raia Drogasil; e adotou iniciativas como a segmentação de perfil de crédito de vendedoras e a adição de tecnologias como máquinas de cartão e chips de celular.

Entre abril e junho, surgiram os primeiros sinais positivos. As vendas brutas subiram após seis trimestres no Brasil e a produtividade das vendedoras avançou após oito trimestres. O desempenho de julho a setembro será divulgado em 26 de outubro.

A Natura, que liderava o mercado de higiene e beleza em 2010, com fatia de 14,9%, recuou para uma participação de 11,1% em 2015, segundo a consultoria Euromonitor. No mesmo período de comparação, a americana Unilever cresceu 1,8 percentual, para 12,2%, e a brasileira O Boticário saltou de 6,9% para 10,9%.

O momento da mudança não é dos melhores, mas é importante para preparar a companhia para a recuperação econômica. A companhia planeja estancar a perda de mercado neste ano e voltar a avançar em 2017.

Após 23 anos de avanços consecutivos, o setor de cosméticos enfrentará seu segundo ano seguido de retração, de acordo com Roberto Lima, presidente da Natura. Em debate promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef-SP) ontem, Lima indicou que, após um recuo real de 8% do setor em 2015, para R$ 42,6 bilhões, mais uma queda é prevista para este ano.

"O número de pessoas que compra caiu e quem compra está pensando melhor", afirmou. "Quem comprava um perfume de R$ 180 agora compra um de R$ 100", acrescentou. Para o executivo, o incentivo ao consumo nos anos anteriores não foi capaz de fortalecer o mercado interno.