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Novo presidente da Volks antecipa investimentos

Valor Econômico - 26/03/2007

A primeira grande decisão que o alemão Thomas Schmall tomou desde que assumiu o posto de presidente da Volkswagen do Brasil, no início do ano, foi utilizar já em 2008 parte dos investimentos planejados para 2009 e 2010. O objetivo é acelerar o lançamento de novos modelos de carros, uma estratégia com a qual o executivo pretende recolocar a Volkswagen no primeiro lugar do mercado brasileiro. Faz cinco anos que a Volks perdeu o primeiro lugar no mercado brasileiro de carros de passeio e comerciais leves (o segmento exclui caminhões e ônibus). A marca alemã foi ultrapassada pela Fiat em 2002 e 2003. Em 2004 foi a vez de a General Motors chegar ao primeiro lugar, numa disputa acirrada que ficou marcada por uma enxurrada de descontos. Nos dois últimos anos a marca italiana recuperou a liderança. A Volkswagen já começou o ano em melhor posição do que terminou 2006. Passou do terceiro para o segundo lugar, com uma participação de 24,1% nas vendas acumuladas no mercado brasileiro em janeiro e fevereiro. Um avanço significativo em comparação com a fatia de 22,5% com a qual encerrou o ano passado. No bimestre, a Fiat tem 25,3% e a General Motors, 20,6%. Antes de trocar o comando da filial brasileira, na virada do ano, a Volks anunciou um programa de investimentos que somará US$ 1,2 bilhão até 2011. Segundo Schmall, a idéia é cumprir o cronograma todo. Mas, ao mesmo tempo, ele decidiu antecipar a aplicação de parte dos recursos para o próximo ano para acelerar o desenvolvimento de novos produtos. Segundo explica, será possível antecipar algo entre 15% e 20% do volume de recursos reservado para os dois anos seguintes. Para reforçar a equipe de criação, a Volkswagen começou a contratar novos engenheiros para a filial brasileira. Um total de 96 novos profissionais serão agregados à equipe que já soma 800 pessoas. Segundo o executivo, o custo de produção de automóveis no Brasil fica entre 20% e 30% mais baixo que na Alemanha. Schmall assume o comando da empresa que é a maior montadora do Brasil e a segunda maior filial da Volks numa posição bem mais confortável que seu antecessor, o também alemão Hans-Christian Maergner, cuja principal missão foi comandar uma profunda reestruturação do quadro de pessoal, ainda em curso.