20/02/18 13h54

Omron investe em fábrica de monitor de pressão

Valor Econômico

Pelo menos 60 milhões de brasileiros, quase um terço da população do país, sofrem de hipertensão arterial. Somente metade dessas pessoas tem o diagnóstico e apenas 7,5 milhões fazem o tratamento regularmente. Na expectativa de que mais pessoas descubram essa doença crônica, a japonesa Omron Healthcare investirá R$ 30 milhões até 2021 para aumentar a produção em 40%.

A fabricante de monitores de pressão arterial está no Brasil desde 2009, mas só passou a produzir os aparelhos aqui após a adquirir a NS Indústria, de inaladores, cinco anos depois, por R$ 189 milhões. Até aquele momento, a companhia, que hoje lidera o segmento com 59% de participação, só importava os produtos. "Conseguimos reduzir os custos e ampliar nossa presença", disse Wanderley Cunha, presidente da Omron.

Os recursos para a expansão fabril serão provenientes da matriz. A maior parte será destinada para o marketing, mas na produção, a área de monitores de pressão será prioridade. Dados da consultoria IMS Health apontam que são vendidos 1,9 milhão desses aparelhos anualmente nas farmácias, movimentando R$ 200 milhões. A GTech, segunda colocada nesse mercado, tem 15% de participação, e a terceira, a Techline, possui 14%.

Segundo Cunha, o aumento na produção também busca atender a América Latina a partir do próximo ano. A empresa ainda produz no Brasil inalador, termômetro digital, monitores de gordura corporal, balança digital e pedômetro. Os inaladores representam 60% das vendas e os monitores de pressão, 35%.

O segmento de inaladores, que atingiu R$ 250 milhões no ano passado, é considerado mais maduro. Dados do Ministério da Saúde indicam que o Brasil tem cerca de 20 milhões de asmáticos, disse o executivo. A Omron tem 64% das vendas nessa área, seguida por Soniclear e Daru, com 11% cada uma.

No acumulado de abril a dezembro de 2017, a companhia obteve receita líquida global de US$ 5,6 bilhões, avanço de 5% em relação a igual período do ano fiscal anterior. O lucro líquido atribuído aos controladores foi de US$ 2 milhões, alta de 46,1%, considerando o câmbio médio do período. No Brasil, a Omron não divulga os números, mas cresceu 16% no ano passado e prevê expansão de 17% nas vendas em 2018. A unidade está entre os dez maiores mercados da multinacional.

Neste ano, Cunha pretende ampliar o portfólio com um aparelho de fisioterapia voltado para o alívio da dor. Com estímulos elétricos, o produto servirá para auxiliar o tratamento de dores na coluna, artrose ou artrite.

O executivo disse que nesse segmento, a maioria dos itens vendidos são descartáveis, pois servem para poucas sessões de fisioterapia e custam ao redor de R$ 80. "No nosso caso, apenas os 'pads' serão descartáveis. O valor do aparelho da Omron será mais caro e a expectativa é vender 30 mil unidades no primeiro ano."

Perguntado sobre uma possível aquisição no país, o executivo afirmou que não tem nenhum alvo no momento. Após a compra da NS, a companhia investiu R$ 5 milhões para adaptar a produção e comprar maquinários que possibilitassem a produção em massa de medidores de pressão arterial na fábrica em São Paulo.