20/04/18 12h05

Organizações apresentam linhas de financiamento à inovação

PROTEC

Mais de 100 pessoas assistiram em São José do Rio Preto (SP), no dia 13 de abril, a apresentações de agentes públicos e privados que participam da cadeia de financiamento à inovação no Estado de São Paulo.

O objetivo do encontro, realizado na Escola Senai Antonio Devisate, foi explicar as formas de acesso às linhas de fomento e crédito existentes a empreendedores e pequenas empresas de base tecnológica. Foram abordados os programas disponíveis para cada etapa da inovação (pesquisa, desenvolvimento do projeto, fabricação e comercialização), os procedimentos de submissão, metodologias de avaliação, documentação e prazos para apresentação de propostas.

O evento foi organizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pela Desenvolve SP, em parceria com a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação e a Frente Parlamentar do Empreendedorismo, ambas da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Para os representantes das organizações apoiadoras do evento, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon), a inovação é o caminho para estimular a produtividade e a competitividade nas pequenas empresas.

Segundo a FAPESP, o investimento nesse segmento visa criar uma cultura de inovação no Estado de São Paulo. Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação, destacou que uma das formas mais efetivas de renovar a indústria paulista é pelo apoio às pequenas empresas.

“Elas são mais ágeis, mais flexíveis e seu papel transcende o cenário dos pequenos negócios. As pequenas empresas têm um papel importante a cumprir na economia brasileira”, disse Pacheco.

Levantamento apresentado pela Desenvolve SP mostra que as empresas inovadoras, em relação às não inovadoras, crescem 16% a mais, são 31% mais produtivas, pagam salários 28% acima e exportam 12% mais valor.

Sergio Queiroz, coordenador-adjunto de Pesquisa para Inovação da FAPESP, apresentou o programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), que oferece recursos não reembolsáveis a projetos de pesquisa científica e/ou tecnológica em startups e pequenas empresas do Estado de São Paulo.

O PIPE foi criado em 1997 e tem o objetivo de promover a inovação tecnológica, desenvolvimento empresarial e aumento de competitividade nas pequenas empresas. Em 2017, quando completou 20 anos, o programa já tinha alcançado a marca de 1.780 projetos contratados e mais de R$ 360 milhões destinados para 1.100 empresas, com recursos exclusivos da FAPESP.

Fiesp e Ciesp e seu braço educacional, o Senai-SP, também estão, segundo seus executivos, engajados nas ações de estímulo à inovação tanto nas pequenas empresas como nas corporações de maior porte. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), investe na preparação de recursos humanos para o desenvolvimento da inovação no ambiente industrial.

O Senai-SP criou um setor de tecnologia e inovação há seis anos e atua em 15 diferentes plataformas. Segundo Clecios Vinicius Batista e Silva, assessor técnico para a indústria 4.0, a entidade não faz pesquisa básica, mas, em parceria com indústrias paulistas, trabalha na transformação de tecnologias maduras em novas soluções.

O Senai-SP também oferece, por meio de edital, uma linha de fomento para micro e pequenas empresas inovativas e microempreendedores individuais desenvolverem projetos em até 24 meses. O subsídio é no valor de até R$ 400 mil não reembolsáveis. São três ciclos de aprovação por ano.

Eduardo Saggiorato, superintendente de Negócios e Operações da Desenvolve SP, apresentou o Inovacred, que trabalha com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Saggiorato destacou os procedimentos de submissão de projetos e as garantias que devem ser apresentadas pelos interessados na linha de crédito oferecida pela agência de desenvolvimento do Estado de São Paulo.

Segundo o superintendente da Desenvolve SP, os recursos para as pequenas empresas inovadoras paulistas existem, mas o empreendedor precisa estar atento e preparar seu projeto adequadamente ao submetê-lo à aprovação dos agentes da cadeia de financiamento.

O Instituto Euvaldo Lodi, por sua vez, abordou o Inova Talentos, um programa de bolsas de 12 a 24 meses para recém-graduados e jovens mestres e doutores nas indústrias paulistas. Segundo Eduardo Vaz, gerente executivo de Desenvolvimento de Negócios do IEL, o programa é realizado em parceria com o CNPq e visa preparar mais e melhores recursos humanos para o desenvolvimento de inovação nas empresas.

O IEL registra mais de 400 bolsistas desde 2015 e 60% deles já foram contratados por empresas das áreas de agronegócio, biotecnologia, higiene pessoal e cosméticos, entre outras.

 

 Interiorização

O deputado Itamar Borges, coordenador da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, ressaltou a importância da realização do evento para os empreendedores inovadores em São José do Rio Preto. Segundo o deputado, o evento facilita o acesso dos interessados da região aos programas de financiamento.

Borges comentou que há uma concentração de projetos apoiados pelo PIPE na Região Metropolitana de São Paulo e o encontro ajuda a promover a capilaridade do programa no Estado.

No mesmo sentido, o deputado Orlando Bolçone, presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação, apontou para o papel relevante dos parques tecnológicos no interior paulista no desenvolvimento desses projetos. Para Bolçone, é necessário cada vez mais estimular as parcerias entre as universidades, governo e empresas em torno da inovação nas empresas do Estado.