15/05/07 14h53

Para desbloquear Doha, Brasil pode mudar proposta na área industrial

Valor Econômico - 15/05/2007

A negociação para desbloquear a Rodada Doha extrapola a agricultura. O G-4 - grupo que reúne Brasil, Estados Unidos, União Européia e Índia - aprofundou a discussão também sobre o tamanho das reduções de tarifas de importação de produtos industriais. Os Estados Unidos e a União Européia querem uma fórmula de corte tarifário mais ambiciosa, para cortar nas alíquotas aplicadas dos países emergentes, como o Brasil e Índia. Em contrapartida, acenam com "soluções específicas" por país para acomodar a sensibilidade de determinados setores industriais, que cortarão tarifa abaixo da fórmula geral. Ao chegar ontem em Paris, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, descartou a demanda dos países industrializados, de fórmula com coeficiente 15 para os emergentes, que significa redução de 65% nas alíquotas consolidadas do Brasil. Mas reiterou que o Brasil está pronto a mostrar flexibilidade na área industrial, sempre pelo princípio da proporcionalidade. Na quinta e sexta-feira, os ministros do G-4 se reúnem em Bruxelas. Depois, haverá a última reunião antes de baterem o martelo e dizerem se afinal a rodada continua ou não. Amorim declarou-se ontem "esperançoso" de um acordo nas próximas semanas. O recente acordo entre a Casa Branca e a liderança democrata na área comercial foi recebido como indicação positiva. Mas Amorim alertou que as regras trabalhistas e ambientais são só para acordos de livre comércio que os americanos estão fazendo.