09/08/18 14h06

Parque tecnológico de Santo André deve sair em 2020

Diário do Grande ABC

Por Flavia Kurotori

No papel há pelo menos oito anos, o parque tecnológico de Santo André deve se tornar realidade em 2020. Segundo Paulo Serra (PSDB), prefeito do município, a estimativa considera que o Centro de Inovação, que é o primeiro passo do projeto, entre em processo de licitação ainda em 2018 e inicie as atividades em até dois anos. A partir de então, será viável a conclusão do espaço.

A projeção foi divulgada ontem durante a segunda edição do Meeting Empresarial, realizado no Teatro Municipal andreense, que reuniu representantes de empresas instaladas na cidade para debater sobre transformações digitais.

O projeto do parque tecnológico está pronto e orçado em R$ 12 milhões. “Será utilizada a área onde funcionava a Rhodia, que já está desapropriada e paga”, lembrou Paulo Serra. Dado que o objetivo é reunir agentes de inovação, além de formar ambiente favorável às startups – como espaço para incubação, aceleração e coworking – com a presença de grandes empresas, o tucano destacou que a colaboração dos empresários é essencial para o sucesso do parque.

Vale lembrar que o imbróglio começou na gestão do ex-prefeito Aidan Ravin (Podemos), em 2010, quando o parque foi pré-credenciado no governo do Estado de São Paulo. Em 2016, a inscrição foi efetivada no SPTec (Sistema Paulista de Parques Tecnológicos).

No ano seguinte, o Conselho Municipal de Políticas Urbanas liberou R$ 5 milhões, provenientes do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, para readequação do prédio. E, no mês passado, a Prefeitura reservou R$ 800 mil do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico para financiar projeto executivo para idealização do Centro de Inovação.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - Durante o evento, palestraram Laércio Cosentino, fundador e CEO da Totvs; Lafaiete Oliveira, diretor de vendas da Bridgestone Brasil; Paulo Humberto Gouvea, diretor de top client da TIM Brasil, e Eduardo Conejo, gerente de inovação da Samsung. Os convidados abordaram as mudanças tecnológicas e como as empresas podem se adaptar a elas para sobreviver à quarta revolução industrial, ou indústria 4.0, que prega o uso da tecnologia como aliada da automação, promovendo o desenvolvimento conjunto entre academia e iniciativa privada a fim de customizar soluções para os clientes.

“A velocidade das mudanças nunca foi tão grande”, destacou Oliveira. “Em um futuro próximo, as fábricas não precisarão mais manter peças de manutenção de maquinário em estoque porque será possível imprimir o item necessário em uma impressora 3D.”

Gouvea ressaltou que as transformações não são recentes, embora atualmente a velocidade de alterações seja maior. “O mercado está em constante mudança. Há alguns anos, linhas telefônicas fixas eram alugadas, depois, foram barateadas e eram vendidas, mas, atualmente, as pessoas já não compram mais serviços de telefonia fixa e optam pela telefonia móvel.”

Na avaliação de Cosentino, as companhias devem estar atentas a cinco tendências e buscar aproveitar o que cada uma pode oferecer conforme a necessidade: inteligência artificial, realidade virtual, blockchain (cadeia de dados que não necessita intermediários e permite que as informações trafeguem com segurança e permaneçam inalteráveis), fog computing (arquitetura de computação descentralizada) e Internet das Coisas (em que objetos estão ligados à internet, recebem a informação e, dessa forma, conseguem enviar e receber dados precisos).