16/03/18 13h40

Phoenix Tower recebe financiamento de R$ 150 milhões da IFC

Valor Econômico

A subsidiária brasileira da Phoenix Tower, empresa especializada em gerir infraestrutura de telefonia e cujo capital é 100% controlado pelo fundo americano Blackstone, conseguiu uma linha de financiamento, no valor de R$ 150 milhões, da International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial voltado ao setor privado.

Do total dos recursos, 50% já estão no caixa da Phoenix, que deverá receber o restante em até quatro meses, de acordo com o cronograma de desembolso, diz Maurício Giusti, CEO da empresa.

A instituição financeira não terá uma cota de ações na Phoenix, que deverá pagar o empréstimo em oito anos. Os detalhes do financiamento não foram revelados.

Atualmente, os investimentos ativos da IFC em torres, tanto com recursos próprios quanto via recursos mobilizados de terceiros, somam cerca de US$ 1 bilhão, diz Aniko Szigetvari, líder global de telecom, mídia e tecnologia da IFC. A instituição possui um portfólio mundial de empresas de infraestrutura de telecomunicações, tanto no papel de acionista quanto de credora, diz Szigetvari. No ano fiscal de 2017, encerrado em 30 de junho, os novos investimentos de longo prazo comprometidos pela IFC atingiram US$ 1,5 bilhão.

"O Brasil tem diante de si o grande desafio de tornar a banda larga acessível a todos, tanto em termos de custo quanto de disponibilidade, considerando que o investimento necessário para garantir a oferta rápida e adequada de redes é muito significativo, principalmente nas regiões mais desassistidas", diz Szigetvari. "O baixo nível de investimento na rede de banda larga aumenta o abismo digital no país e os desequilíbrios regionais."

Com operação no Brasil desde 2015, quando comprou a gestora de torres T4U, a Phoenix tem escritório em São Paulo e está entre as maiores empresas do setor. A empresa construiu 400 torres em 2017 e encerrou o ano com mais de 1,1 mil unidades. Para 2018, a meta é chegar a 1,5 mil. Cada torre é projetada para receber equipamentos de quatro operadoras.
A Phoenix Tower International, com sede nos EUA, foi fundada em 2013. Nos Estados Unidos e em mais oito países da América Latina, tem 2 mil torres instaladas.

Giusti diz que esse mercado demanda muito investimento e que o financiamento ajudará na expansão da empresa. Nos planos estão a construção de torres e projetos indoor - as torres são instaladas em locais fechados como hospitais, hotéis, estádios de futebol e shopping centers, por exemplo. A Phoenix possui 50 projetos desse tipo, entre os já executados ou em implantação.

O mercado de torres está estreitamente atrelado aos investimentos das operadoras. À medida que cresce o tráfego de banda larga móvel, a demanda por torres também avança, diz Giusti.

Cálculos do setor indicam que há de 60 mil a 70 mil torres instaladas no Brasil. Em janeiro, esse tipo de infraestrutura abrigava mais de 88 mil antenas de celular (estações radiobase ou ERBs), segundo dados da consultoria Teleco.

Szigetvari estima que a média no Brasil é de 3 mil usuários por ERB, enquanto nos EUA a proporção é de mil assinantes por estação. Para Giusti, isso mostra uma imensa necessidade de infraestrutura no Brasil e oportunidades para gestoras como a Phoenix.