01/09/17 14h42

Produção de veículos cresce e muda cenário do emprego

Valor Econômico

Em breve, a fábrica da Volkswagen no ABC paulista vai funcionar 24 horas por dia, em três turnos. Aos poucos, a indústria automobilística abandona programas de redução de jornada e afastamento de pessoal para adequar seu ritmo a um mercado em recuperação. Será divulgado hoje o resultado das vendas de agosto, que foram boas. O aumento dos emplacamentos no mês, até quarta-feira, chegou a 9,8%, com 202,05 mil veículos. Com a adição dos veículos licenciados ontem, número que será conhecido hoje, o crescimento deve passar de 15%.

No ano, até 30 de agosto, as vendas acumuladas atingem 1,406 milhão de veículos, um aumento de 4,3%. A recuperação da produção é mais expressiva, 22,4% até agora, sustentada tanto pelas vendas internas quanto pelas exportações, que cresceram 35%.

Com esses dados positivos, começa a mudar para melhor o cenário do emprego no setor: fim das folgas às sextas-feiras, volta de trabalhadores afastados e até contratações, o que não se via desde 2013.

Há um ano havia mais de 25 mil trabalhadores de montadoras em programas de "layoff" (suspensão temporária do trabalho) ou no PSE (Programa Seguro-Emprego), que permitia reduzir a jornada em até 30%. O total caiu à menos metade em julho, para 12 mil.

Há boas notícias em praticamente todas as empresas do setor. A Volks anunciou também o fim da redução de jornada na fábrica de Taubaté (SP). "Nossas expectativas são de aumento de mais de 20% na produção em 2017", afirma o presidente da montadora, David Powels. A MAN, que operava quatro dias por semana desde o ano passado, suspendeu as folgas na sexta-feira e chamou de volta 70 empregados que estavam em "layoff". O presidente da companhia, Roberto Cortes, estuda novas contratações.

"É uma recuperação um pouco mais devagar que em outras crises, mas desta vez é sustentável", afirma o presidente da General Motors no Mercosul, Carlos Zarlenga. Ele prevê que neste ano o mercado brasileiro de veículos ficará em 2,2 milhões de unidades, com um aumento de 7% em relação a 2016.