01/11/17 14h06

São Sebastião realiza operação inédita no transbordo de petróleo

De acordo com a Cetesp, a operação reduzirá o tempo de espera dos navios fundeados no canal, diminuirá a necessidade de transferência para os tanques de armazenamento em terra e evitará necessidade de ampliação do Terminal Aquaviário

O Vale

A operação entre petroleiros atracados no píer da Transpetro em São Sebastião, realizada dentro das normas da Marinha do Brasil, da Cia. Docas e das exigências da Cetesb, reduzirá o tempo de espera dos navios fundeados no canal, diminuirá a necessidade de transferência para os tanques de armazenamento em terra e evitará necessidade de ampliação do Terminal Aquaviário.

A primeira operação de transbordo de petróleo feita diretamente entre navios (“ship-to-ship”) no Terminal Aquaviário de São Sebastião está sendo feita desde o dia 23 de outubro. A operação consiste na transferência do produto por meio de mangotes (mangueiras especialmente fabricadas para escoamento de líquidos viscosos), entre dois navios atracados. O sistema dispensa a necessidade de baldeação intermediária por um tanque de armazenamento do terminal, tornando toda a operação mais ágil e econômica.

Após o fim dos trabalhos e consequentes avaliações da Cetesb, deverá ser emitida uma complementação da licença ambiental de operação que o Terminal Aquaviário possui, permitindo que de agora em diante esse tipo de transferência “ship-to-ship” possa ser efetivada rotineiramente. No último dia 23/10, técnicos da Agência Ambiental de São Sebastião e do Setor de Atendimento a Emergências da Companhia acompanharam o início da operação de transbordo realizada diretamente entre as embarcações “Navion Gothenburg”, carregado com petróleo do tipo “Roncador”, e o navio-tanque “Henrique Dias”, que já se encontrava no píer Sul do terminal.

Também no dia 23, a Transpetro simulou ação de resposta a um suposto vazamento causado pelo rompimento de um dos mangotes. Sobre o convés do navio Henrique Dias, foram utilizados materiais absorventes. Equipes do Centro de Resposta a Emergências – CRE formaram frentes de contenção e recolhimento no mar, nas imediações dos navios, e em pontos estratégicos para proteção de uma área sensível.

No processo de licenciamento ambiental, após tratativas com o Ibama, análise de estudos técnicos e do plano de emergência individual revisado, além da realização de teste-piloto sem carga (só com atracação dos navios), em 2016, a Agência Ambiental de São Sebastião emitiu parecer favorável à operação real, condicionada à realização de simulado de mobilização de recursos de contingência (barcos, barreiras de contenção, recursos humanos etc.) durante a primeira operação. Ainda, emitiram manifestações favoráveis, a Marinha do Brasil, a Companhia Docas de São Sebastião e a Prefeitura de São Sebastião.

Nessa operação inaugural, o Navion Gothenburg se atracou ao costado do Henrique Dias, após mais de duas horas de operação. Foram necessários quatro rebocadores para aproximar o petroleiro que estava fundeado no Canal de São Sebastião, até ele encostar nas defensas, especialmente desenvolvidas para esta finalidade, e serem fortemente amarrados.