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Saturnia planeja atender submarinos da região

Valor Econômico - 31/08/2007

Único fornecedor nacional de baterias para os submarinos da Marinha Brasileira, a Saturnia pretende exportar para países da América do Sul que possuam tecnologias semelhantes como a Argentina, Chile, Equador e Peru. O motivo é simples: ampliar a receita e expandir sua atuação, atualmente mais focada no mercado nacional. A estratégia de exportar baterias para submarinos estrangeiros seria a de agregar os equipamentos que a Saturnia produz aos serviços de manutenção da Marinha Brasileira. Nos países citados, os submarinos foram construídos com base na tecnologia alemã. O Brasil possui cinco submarinos (IKL-209). A fabricante brasileira tem uma demanda constante de um conjunto de baterias por ano. O fato de ser o único fornecedor nacional dispensa a realização de licitação para a contratação da Saturnia. De acordo com o almirante da Marinha Brasileira, Alan Paes Leme Arthou, o país tem buscado o maior índice de nacionalização possível em seus equipamentos. Entre os cinco submarinos da frota brasileira, três já tiveram suas baterias trocadas. Baptista prevê a entrega de mais um conjunto em dezembro. A encomenda ocorreu em julho deste ano, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciar a liberação de R$ 1,04 bilhão (US$ 553,2 milhões) em oito anos para a Marinha. A importância do projeto para a Saturnia, segundo Baptista, é semelhante à de uma montadora de automóveis que possui um carro de Fórmula-1. No final do ano passado, a empresa foi vendida ao grupo carioca ALTM, que atua em serviços de manutenção para concessionárias de energia elétrica. Até então a Saturnia, que possui uma única fábrica e está instalada em Sorocaba (SP), estava sob o controle da multinacional americana Eaton. A produção da empresa é medida através de Ampère-hora. No final do ano passado, a medição apontava cerca de 2,5 milhões por mês. Atualmente, está próximo a 9 milhões por mês. Para Baptista, a empresa deve ampliar sua capacidade em 2009, quando a estimativa é de alcançar o patamar de 12 milhões por mês. Mesmo com a intenção de exportar baterias para submarinos, a empresa não deixa de citar outros setores como telecomunicações e de transportes, responsáveis pela maior parte do resultado. São três sistemas de baterias: as estacionárias, que são utilizadas nos sistemas de telefonia, concessionárias de energia e bancos; as tracionárias, voltadas para as empilhadeiras e também nos submarinos; e, por fim, as de arranque, que são empregadas em locomotivas. Conforme estimativa da empresa, a Saturnia responde por 90% das vendas correntes de baterias estacionárias no país e chega a 40% das tracionárias.