30/01/15 14h30

Sebrae deve investir R$ 3,5 bi neste ano

Valor Econômico

Um ano de desafios complexos. É dessa forma que o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barreto, define 2015. "Serão 12 meses de trabalho intenso, a fim de que as micro e pequenas empresas possam se adequar a uma nova agenda e a um novo momento econômico vivido pelo país", afirma. "Para isso, é preciso melhorar a gestão e a qualificação além de aumentar a competitividade, a produtividade e o grau de inovação", diz.

A partir dessa proposta, o Sebrae vem desenvolvendo modelos de capacitação com soluções customizadas para cada perfil de empresa atendida, inclusive para os quase cinco milhões de microempreendedores individuais.

Os atendimentos estão cada vez mais disponíveis na plataforma on-line, para facilitar a vida para empreendedores que moram em cidades grandes e enfrentam sérios problemas de mobilidade que podem dificultar o acesso. A proposta é facilitar os mecanismos de diálogo e capacitação continuada para que todos tenham chances de atuar em mercados cada vez mais competitivos e exigentes.

Com um orçamento de R$ 3,5 bilhões para este ano, R$ 400 mil a mais que em 2013, o Sebrae Nacional pretende atender 230 mil empresas com programas de tecnologia e inovação.

"Nós precisamos agregar valor às MPEs, ficar mais próximos da nossa clientela, detalhando a agenda econômica do país para este ano e apontando, por exemplo, os mercados com boas perspectivas", ressalta Barreto. De acordo com o presidente da entidade, os negócios promissores para 2015 têm uma forte característica de atender às necessidades básicas da população, como, por exemplo, alimentação, construção civil, estética e reparação de bens duráveis.

Entre os segmentos que devem merecer atenção redobrada do Sebrae Nacional neste ano está o dos empreendedores iniciantes, que vão contar com o programa "Começar Bem", composto por um significativo volume de pesquisas que visam entender quais são as necessidades desse público e que inclui ferramentas de gestão desenvolvidas sob medida para negócios que acabam de nascer.

Outro ponto importante a ser trabalhado ao longo de 2015, de acordo com o presidente do Sebrae, é a questão do ambiente legal, com a aprovação do Projeto do Regime de Transição do Supersimples, que permitirá às pequenas empresas mudarem de regime tributário sem patinarem ou morrerem.

Entre as propostas de alteração apresentadas estão a criação de tetos de transição de R$ 7,2 milhões e de R$ 14,4 milhões; a implantação de uma faixa de transição para os microempreendedores individuais, entre R$ 60 mil e R$ 120 mil; a diminuição de faixas de tributação, de 20 para sete, e a redução do número de tabelas, que passariam de seis para quatro, sendo uma para comércio, outra para indústria e duas para o setor de serviços, beneficiando as empresas que são intensivas em mão de obra e na geração de novos postos de trabalho.

"A criação de uma faixa de transição tende a acabar com a morte súbita das empresas", avalia o presidente do Sebrae. As alterações propostas fazem parte de um estudo encomendado pelo Sebrae junto à Fundação Getulio Vargas (FGV), Fundação Dom Cabral (FDC) e ao Instituto de Pesquisas Econômicas.

"O objetivo é aprimorar a legislação existente e, consequentemente, melhorar o ambiente de negócios e aumentar a competitividade", afirma Barreto. "Tudo isso tendo como principal foco a eliminação de obstáculos presentes no atual regime simplificado, que inibem a transição do Simples para o regime de lucro real e de lucro presumido", diz. De acordo com o Sebrae, só nos primeiros meses de 2014 foram criados 1 milhão de empreendimentos formais, que, em um futuro próximo, vão depender diretamente da mudança da legislação vigente.