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Setor de papel e celulose promete investimento de US$ 9,2 bilhões

Valor Econômico - 21/09/2006

Os empresários da indústria de papel e celulose estão otimistas e querem mais do que dobrar seus investimentos em expansão e novas fábricas entre 2007 a 2010. Ontem, em reunião com o presidente do BNDES, Demian Fiocca, expuseram seus projetos de investimentos, que segundo projeções feitas pela área de insumos básicos do banco, deverão somar US$ 9,2 bilhões, apontando um expressivo crescimento em relação aos cerca de US$ 3,2 bilhões investidos pelo setor entre 2002/2005. Na avaliação de Horácio Lafer Piva, da Bracelpa, a nova onda de expansão do setor é impulsionada por demanda crescente dos mercados interno e externo, impulsionando novo ciclo de alta dos preços. Ele citou ainda o fechamento de fábricas no Hemisfério Norte e a sofisticação da indústria de papel nos países mais ricos, como fatores que têm impulsionado este avanço no Brasil, país onde o custo de produção da celulose é um dos menores do mundo, de US$ 200 a tonelada em média, ante US$ 400 nos países do hemisfério Norte. Segundo Isac Zagury, diretor financeiro da Aracruz, o mercado de celulose está muito bom, com a demanda crescendo em torno de 6% ao ano da parte das empresas não integradas. O preço médio da tonelada (incluindo frete) da Europa atingiu de US$ 670, o mais alto dos últimos cinco anos e a tendência é permanecer nestes níveis por algum tempo. Zaguri desmentiu os rumores de que Aracruz e VCP estão negociando uma fusão. Atribuiu a "especulação de analistas". A maioria dos projetos apresentados pelas 11 empresas ao BNDES é de novas unidades e expansão de celulose. José Luciano Penido, diretor presidente da VCP, disse que a empresa decidiu focar em celulose devido à estratégia para criação de valor. Mas afirmou que a operação que fez com a IP não significa que a VCP abandonará a área de papel.