06/12/17 13h39

Sorocaba é a 12ª melhor cidade para se empreender

Jornal Cruzeiro do Sul

Sorocaba está na 12ª posição entre as 32 melhores cidades brasileiras para se empreender (incluindo capitais) e na 2ª considerando o interior paulista. O estudo é feito com base no Índice das Cidades Empreendedoras, elaborado pela Endeavor Brasil e avalia o ambiente de negócios em sete indicadores. A 1ª do Brasil é a capital paulista e no interior de São Paulo Campinas ocupa a 1ª colocação.

No quesito infraestrutura, Sorocaba está em 2º lugar e no de mercado em 1º. Em relação ao ano passado, porém, a cidade perdeu quatro posições no ranking geral (era 8ª) e isso se deve, principalmente, a três quesitos: ambiente regulatório, acesso a capital e cultura empreendedora.

Mesmo com a descida no ranking, a cidade registrou um leve aumento no número de empresas abertas em 2017. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedeter), 6.168 empresas se instalaram em Sorocaba em 2016. Já de janeiro a novembro desse ano foram 6.418 novos empreendimentos.

Entre os fatores positivos, Sorocaba ficou atrás apenas da capital paulista em infraestrutura, que avalia condições de transporte e urbanas. A proximidade e qualidade de acesso a rodovias, portos, aeroportos são, segundo o estudo, decisivos no momento de abrir um negócio.

Em mercado a cidade lidera o ranking, desbancando São Paulo, Manaus, Rio de Janeiro, Blumenau e outros 27 municípios. Neste ponto é avaliado o conjunto de indicadores de desenvolvimento econômico, que dimensiona o mercado através do PIB total e seu crescimento e do alcance ao mercado externo. Há também o "subdeterminante" de clientes potenciais, que verifica como o mercado pode absorver os produtos e serviços das empresas, por meio de indicadores que sinalizam o poder de compra.

A pior avaliação para Sorocaba ficou no quesito de acesso a capital, ocupando a 30ª posição.

De acordo com o economista Marcos Canhada, a questão financeira é sempre a mais critica na abertura de um negócio. "Muitas vezes o empreendedor tem conhecimento e capacidade para gerir uma empresa, mas não possui capital de giro." O economista aconselha o interessado em empreender a procurar ferramentas como o Sebrae, que oferecem suporte e cursos.

Segundo a Sedeter, atualmente é feito um trabalho de aproximação entre o empresariado e os créditos disponíveis, principalmente daqueles ligados ao poder público, que geralmente tem juros abaixo do mercado, como o Banco do Povo, que funciona no Espaço Empreendedor.

 

Burocracia

Outra nota ruim atribuída a Sorocaba é a de ambiente regulatório, que leva em conta o tempo de abertura de empresa e custos de impostos. A Sedeter informa que está sendo criado o Grupo de Análise a Projetos Especiais (Gape), para aprovação em bloco dos trâmites de abertura de grandes empresas, que exigem uma averiguação mais profunda de todo o processo; e implantando um sistema integrado (União, Estado e município) para acelerar a abertura de micro e pequenas empresas

Para melhorar o ambiente regulatório, a Secretaria de Planejamento e Projetos auxiliará a Prefeitura a mapear projetos importantes e redirecionar adequadamente a demanda interna.

Erly Domingues de Syllos, diretor do Ciesp Sorocaba, afirma que o grupo de análise deve reduzir os prazos e em no máximo dois anos surtir efeito. Ele também chama atenção para a alta de impostos que o empresário precisa pagar. "É importante que o município abra mão da arrecadação exorbitante para que possa, na quantidade, atrair mais empresas e assim gerar mais empregos, movimentar a economia local e todos os setores envolvidos, como serviços, construção civil e comércio".

 

Cultura

Também falta ao sorocabano, segundo o estudo, a cultura empreendedora. Este índice, em que a cidade ficou na 27ª posição, é composto majoritariamente pela percepção dos indivíduos, ou seja, como eles enxergam empresas e empreendedores e como se relacionam com eles. Em cidades com maior pontuação neste quesito a população considera os empreendedores como indivíduos respeitados e acreditam que o desenvolvimento do País também depende deles. A melhor pontuação em cultura empreendedora ficou com Natal. Nos indicadores de capital humano e inovação, Sorocaba conquistou, respectivamente, a 11ª e a 15ª colocação.