30/11/17 11h29

SP reforça parceria de pesquisa estadual com empresas

Governo do Estado deve anunciar ainda em dezembro mais recursos da Fapesp para institutos agropecuários

O Estado de S. Paulo

Os Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) do segmento agrícola em São Paulo devem se expandir em 2018, apoiados pela liberação de novos recursos públicos e pelo aumento das parcerias com o setor privado.

Na primeira semana de dezembro, o governador Geraldo Alckmin deve divulgar o resultado de um edital aberto em maio que destinará parte dos R$ 120 milhões da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) aos seis institutos de pesquisa agropecuária ligados ao governo. A informação foi antecipada ao Broadcast Agro, na segunda-feira, nos bastidores do Summit Agronegócio Brasil 2017, pelo secretário de Agricultura do Estado, Arnaldo Jardim.

Sem revelar o volume de recursos que será aplicado no segmento de pesquisa e inovação em 2018, o secretário também afirmou que a expectativa é que 25% do total de investimentos usados nos institutos venha da iniciativa privada. Atualmente, as empresas contribuem com 18% desses aportes. Em anos anteriores, essas parcerias geravam apenas 5% em recursos. Foram beneficiados os institutos Biológico (IB), Agronômico (IAC), de Zootecnia (IZ), Pesca (IP), Economia Agrícola (IEA) e Tecnologia de Alimentos (Ital).

Intensificação. “Estamos fazendo um movimento para intensificar a atuação dos institutos de pesquisa do setor em 2018, adequando-os ao momento do agronegócio. Também aumentamos as parcerias com o setor privado que vão render outros investimentos”, ressaltou Jardim.

Para ele, esses avanços ganharam força com a assinatura do Decreto n.º 62.817, em setembro, que regulamentou as parcerias das instituições de pesquisa paulistas, entre si e com empresas, para pesquisas voltadas à inovação. No âmbito estadual, a medida se enquadra ao novo Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação e à Lei Paulista de Inovação.

Na avaliação de Jardim, a regulamentação com as empresas privadas e o fomento à pesquisa vindo do governo do Estado permitirão que especialistas e institutos registrem os resultados obtidos e façam deles algo rentável. “Durante muito tempo, os institutos desenvolveram novas variedades químicas e biológicas que não foram registradas, se tornaram de domínio público e deixaram que colaborar, financeiramente, para que a engrenagem continue a girar”, explica o secretário.

Não há meta estabelecida para a entrada de novas empresas nas parcerias em 2018, mas Jardim comenta que há negociações em andamento. Ele estima que mais de 30 já estejam envolvidas com os institutos de pesquisa agropecuária de São Paulo, entre elas a empresa de saúde animal Phibro Animal Health.

“A parceria mais recente que podemos citar é o fornecimento de dados do IAC para a Bolsa B3, que serão usados na composição do índice do boi gordo, anunciado há três semanas”, acrescenta.

Neste mês, somente o IAC recebeu o aporte de R$ 4,5 milhões para a nova instalação do Laboratório de Fisiologia Vegetal e Pós-Colheita.