22/07/16 14h14

Sunglass Hut concentra expansão em franquia

Valor Econômico

A Sunglass Hut, rede de óticas pertencente ao grupo italiano Luxottica, decidiu ampliar a sua rede de lojas no Brasil por meio de franquias. O processo de expansão começou em maio e conta até agora com abertura de três lojas em São Paulo com esse formato. Giorgio Pradi, diretor da Sunglass Hut para América Latina, disse que a meta para o ano é abrir 20 unidades no país no formato de franquia.

"Metade desse número serão repasses de lojas próprias. As negociações com empreendedores já estão avançadas, só falta fechar acordo para três lojas", disse Pradi.

A rede se instalou no Brasil em 2011 e possui hoje 73 lojas próprias. A Sunglass Hut também mantém uma fábrica em Campinas (SP), que produz 23% dos óculos vendidos no Brasil. A companhia é especializada em óculos de sol de marcas de luxo, como Prada, Dolce & Gabbana, Burberry, Versace, Ralph Lauren, Michael Kors, Vogue, Ray-Ban, Oakley, Arnette e Emporio Armani. No mundo, possui 3.153 lojas em operação, distribuídas nos cinco continentes.

Pradi disse que, no início, a companhia seguiu o modelo global de negócios, com lojas próprias. Mas viu a oportunidade de acelerar a expansão no país com custo menor por meio de franquias. "Muitas empresas optavam pelo modelo de franquias no Brasil. A companhia estudou bem o negócio e achou melhor optar por esse caminho", disse Pradi. Atualmente, a Sunglass Hut também possui franquias no Panamá, Caribe, Aruba, China, Índia e Oriente Médio.

"A estratégia para o futuro é concentrar a operação em franquias e, dependendo de cada caso, outras lojas próprias podem ser revertidas em franquia", afirmou. Pradi. A meta da companhia, segundo o executivo, é ampliar a sua rede para 150 a 200 lojas no prazo de cinco anos. "O total de unidades vai depender da evolução da economia brasileira", acrescentou.

Cada unidade de franquia demanda um investimento inicial de R$ 650 mil (excluindo o desembolso com o ponto). No alvo da companhia estão lojas em shoppings voltados às classes A e B, em cidades de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e na região Nordeste.

O executivo disse que tem conseguido vender óculos no Brasil com preços em torno de 30% mais baixos em comparação aos preços das lojas na Europa e nos Estados Unidos. Segundo Pradi, a produção local ajuda a conter custos. "Com o preço mais baixo e a venda a prazo, as classes de alta renda estão comprando mais no Brasil do que em lojas no exterior", disse.

A companhia não divulga receita por país. De acordo com balanço divulgado pela Luxottica, no primeiro trimestre do ano, as vendas globais da Sunglass aumentaram 3,8% em moeda constante. As vendas caíram 1% nos Estados Unidos e cresceram dois dígitos na Europa. Na América Latina, as vendas cresceram 13%, puxadas pela expansão de vendas no Brasil, motivada pela abertura de lojas.

A divisão de varejo apresentou crescimento de 4,8% na receita de vendas, para € 1,33 bilhão.

A Sunglass Hut contratou o Grupo Bittencourt para avaliar a viabilidade da estratégia. Lyana Bittencourt, diretora da consultoria, observou que o mercado de óticas no Brasil ainda é bastante pulverizado, com poucas redes com mais de 500 unidades, como no caso da Óticas Carol e da Óticas Diniz. Em se tratando de óticas especializadas em óculos de sol, a dispersão é ainda maior. "A Chili Beans tem um conceito mais próximo, mas trabalha com um posicionamento de preços mais baixo. Existe no mercado brasileiro espaço para uma rede com foco em marcas de valor agregado mais alto", disse Lyana.