29/09/14 14h51

Volkswagen vai montar o sedã Jetta no ABC

Valor Econômico

A Volkswagen vai montar na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, o sedã Jetta, hoje importado do México por preços a partir de R$ 68,7 mil. A montadora deve ofi-cializar hoje o plano, mas o sindicato dos me-talúrgicos da região adiantou na sexta-feira que o carro começa a ser montado no ABC no primeiro semestre de 2015.

A nacionalização do Jetta faz parte do progra-ma de investimentos da Volks no Brasil que prevê aportes de R$ 10 bilhões até 2018. Será o terceiro carro global fabricado pela monta-dora no país, somando-se ao Up!, produzido na fábrica de Taubaté, no interior paulista, e à nova geração do Golf, que será montado até o fim do ano que vem no complexo industrial da empresa em São José dos Pinhais, no Paraná. Procurada pelo Valor, a Volkswagen preferiu não se pronunciar sobre o assunto.

Em nota encaminhada à imprensa, o sindicato dos metalúrgicos do ABC informa que a mon-tadora também pretende investir numa nova plataforma global para produção de novos modelos na fábrica de São Bernardo, mas esta entraria em operação após 2018.

Os acordos trabalhistas que abriram o caminho para novos investimentos não apenas na fábrica de São Bernardo, mas também na uni-dade de Taubaté foram firmados em março de 2012. Para não perder investimentos - já que na época a montadora avaliava construir uma fábrica em outro Estado - os trabalhadores aceitaram termos que deram maior flexibilida-de para a empresa adequar a jornada de tra-balho às necessidades de produção. O acordo, válido até 2016, incluiu também mecanismos de moderação na escalada dos custos traba-lhistas, estendendo de 12 para até 16 meses o prazo das revisões salariais.

Depois de perder vendas com a aposentadoria compulsória da versão mais barata do Gol e da lendária Kombi por falta de compatibilidade com os novos dispositivos de segurança obri-gatórios (airbag e freios ABS), parte dos ope-rários da Volks em São Bernardo teve, em maio, contratos de trabalho suspensos em regime de "layoff", no qual os funcionários são afastados da produção por até cinco meses.

Neste ano, as vendas da marca alemã no país acumulam queda de quase 15%, mais do que o recuo de 9,5% do mercado até agosto. Ainda assim, a Volks se mantém como a segunda marca mais vendida.