25/05/07 14h36

Abras aponta alta de 6,5% nas vendas

Folha de S. Paulo - 25/05/2007

As vendas do setor supermercadista continuam em alta neste ano, com crescimento de 6,55% no faturamento no primeiro quadrimestre, com relação ao mesmo período em 2006, já descontada a inflação. Para o presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Sussumu Honda, "um cenário tão positivo assim não se vê desde a década de 70". No confronto de abril com igual mês do ano passado, o aumento foi de 4,36%. Já com relação a março deste ano houve queda de 0,41% nas vendas. O calendário foi apontado por Honda como um dos motivos. Março teve cinco sábados, tradicionalmente o melhor dia para o setor, e a Páscoa -segunda melhor data para os supermercados -foi comemorada no início abril, o que levou parte dos consumidores a anteciparem as compras. Com o resultado no acumulado do ano, o presidente da Abras reviu a meta de crescimento para 2007, que passou para 5%, contra uma projeção inicial de 3% a 4%. O aumento da oferta de crédito e da massa salarial favorece o setor, mas o endividamento dos consumidores já preocupa, diz Honda. O crescimento tem sido impulsionado pelo pequeno varejo. Levantamento da Apas (Associação Paulista de Supermercados) mostrou que o faturamento real das lojas com até quatro caixas subiu 3,9% no ano passado com relação a 2005, mais do que todos os outros tipos. Para driblar a concorrência, grandes redes como o Grupo Pão de Açúcar reduzem os preços dos produtos, o que levou a empresa a ter uma queda de 40,3% no lucro líquido no primeiro trimestre. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o consumidor está mais otimista. O Índice de Confiança medido pelo órgão aumentou 2,6% entre abril e maio. Em 12 meses, teve variação de 7,3%, a maior desde dezembro (7,8%), neste tipo de comparação, o que aponta uma "inversão da tendência de deterioração iniciada em fevereiro". A proporção de consumidores que consideram a situação econômica de sua cidade "boa" passou de 9,9% para 10,3%. Com relação ao futuro, a proporção dos consumidores que prevê melhoras passou de 23,7% para 30,2%.