18/04/07 15h18

Aché vai às compras no mercado externo

Gazeta Mercantil - 18/04/2007

O Aché Laboratórios, segunda maior farmacêutica do mercado brasileiro, anunciou seus planos de crescimento, que incluem, particularmente, incremento do processo de internacionalização, com possível aquisição de empresas nos Estados Unidos ou Europa; crescimento das exportações; aumento do portfólio, com desenvolvimento próprio de medicamentos, licenciamentos e a entrada em novos mercados, como o de dermocosméticos. Para colocar em práticas parte dessas ações, a empresa investirá neste ano cerca de R$ 100 milhões (US$ 48,8 milhões), o dobro do ano anterior. De capital 100% nacional e nas mãos de três famílias desde que foi fundada há 41 anos, a companhia avalia também a possibilidade de abrir capital. O diretor-geral de operações do Aché, José Ricardo Mendes da Silva, disse que há três anos a companhia se prepara para ir ao mercado de capitais e que vem buscando as melhores práticas de governança corporativa desde 2001, quando profissionalizou a gestão. Entretanto, observou que não há data definida. A decisão poderá ser tomada para financiar os planos de expansão da empresa, disse, como o de adquirir um laboratório no exterior para acelerar a entrada em novos mercados. "Mas temos fôlego próprio para isso. Tivemos um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 290 milhões em 2006". O número foi 66,5% superior ante 2005, quando foi computado um trimestre da Biosintética. Por conta das despesas financeiras da aquisição, entretanto o lucro caiu de R$ 87 milhões (US$ 42,4 milhões) para R$ 71 milhões (US$ 34,6 milhões). A preferência é comprar um laboratório na área de biotecnologia de porte menor e os Estados Unidos estão na rota, já que são fortes neste segmento. Compras na Europa também não estão descartadas. A idéia também é ampliar o portfólio exportado e entrar no mercado americano e europeu, e fechar parcerias com laboratórios estrangeiros, como a concluída recentemente com a Silanes, uma das maiores farmacêuticas do México. Em 2006, as exportações renderam ao Aché R$ 5 milhões (US$ 2,4 milhões), grande parte proveniente da Biosintética. O objetivo é alcançar até US$ 7 milhões este ano e US$ 15 milhões em 2008. Para tanto, a empresa também está investindo em um novo complexo de produção, em Guarulhos (SP), voltado especialmente para atender as normas internacionais, mas que elevará a capacidade produtiva total das atuais 230 milhões de unidades por ano para 250 milhões.