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Alugam-se armazéns e fábricas planejados ao gosto do freguês

Valor Econômico - 27/10/2006

Em uma antiga fábrica de beneficiamento de café às margens da ferrovia que corta a Zona Leste de São Paulo, a Atento, empresa controlada pelo grupo Telefônica, está construindo seu maior call center do mundo. A área de 15 mil metros quadrados vai abrigar o prédio mais avançado em termos tecnológicos do grupo no Brasil. As velhas torrefadeiras vão dar lugar a modernas centrais telefônicas, equipamentos de conexão de voz via internet e um avançado sistema de gerenciamento de energia e refrigeração. Apesar de ter definido todos os detalhes do novo call center, a Atento não desembolsou nem ao menos um dos US$ 28 milhões que estão sendo gastos para construí-lo. Assim como um crescente número de companhias brasileiras e multinacionais, a Atento optou por adotar uma nova modalidade de administração de imóveis no Brasil. Conhecido pelo pomposo nome em inglês de built to suit - construção sob medida -, esse sistema permite que uma empresa defina desde o local onde quer construir a fábrica, ou prédio comercial, até escolher pequenos detalhes de acabamento.  A diferença é que o investimento fica a cargo de terceiros, sejam eles agentes financeiros ou mesmo construtoras, que então locam o imóvel por períodos que variam entre 10 ou 15 anos à empresa que os encomendou. O modelo já vem sendo implantado no Brasil há cerca de cinco anos, mas começou a ganhar fôlego a partir de 2005 e, nesse ano, vem atraindo empresas que não querem ter seus ativos imobilizados. A C&C, rede de lojas de material de construção, decidiu apostar firme no modelo de "buil to suit" para sustentar sua expansão. A construção do novo centro de distribuição, em Guarulhos (SP), segue esse modelo. Era um antigo depósito do atacado Benjamin, que foi reformado, com investimentos de US$ 9,3 milhões, para atender a logística da C&C, e também abrigar uma loja do grupo.