17/04/07 11h44

Americanos vão ampliar aportes em álcool no país

Valor Econômico - 17/04/2007

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e outros bancos de fomento dos Estados Unidos vão financiar projetos de etanol no Brasil e nos países da América Latina, afirmou ontem ao Valor Jeb Bush, ex-governador da Flórida e co-presidente da Comissão Internacional do Etanol (CIE), criada com a missão de desenvolver mercado de álcool nos países das Américas. Além dos investimentos dos bancos de desenvolvimento, Bush disse que fundos de private equity e companhias privadas americanas vão intensificar os aportes em destilarias no Brasil e demais países da América Latina. O irmão do presidente americana George W. Bush afirmou que esses aportes deverão se concentrar no Brasil, uma vez que tem os custos mais baixos de produção. Bush lembrou que o Brasil tem recebido pesados investimentos do Japão na área de álcool. "O Brasil tem infra-estrutura para álcool e investe na distribuição dos combustíveis [referindo-se às futuras construções de alcoodutos]. Os japoneses já estão investindo cerca de US$ 8 bilhões em álcool no Brasil e fazendo investimentos também nos Estados Unidos". Segundo uma fonte do governo, os investimentos do BID deverão ocorrer para financiar a produção de álcool brasileira com destino para o mercado americano. "O projeto de uma usina que processa em média 3 milhões de toneladas está avaliado em US$ 150 milhões. O BID só financiaria os projetos com destino certo de produção", disse. O BID já anunciou financiamento em três projetos de produção de etanol no Brasil, cujos custos somam US$ 570 milhões. A instituição também se prepara financiar projetos da área de biocombustíveis com um custo total de quase US$ 2 bilhões. Estados Unidos, Brasil e os países latinos têm potencial para produzir juntos cerca de 200 bilhões de litros de álcool, com investimentos superiores a US$ 100 bilhões previstos para os próximos dez anos. Hoje, a produção global está estimada em 45 bilhões de litros. Brasil e EUA respondem por 70% deste total. O ex-governador da Flórida afirmou que o Brasil será o maior beneficiado com a ampliação do mercado internacional de álcool, uma vez que toda a produção de etanol dos EUA é consumida no próprio mercado, o que deixa o Brasil livre para exportar seu excedente, inclusive para os EUA.