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Automação industrial cresce 25%, apesar do real forte

Valor Econômico - 21/08/2007

O setor de automação industrial cresceu 25% no primeiro semestre deste ano, conforme os dados da Associação Brasileira da Indústria de Elétrica e Eletrônica (Abinee). Assim como ocorre, pelo menos desde 2004, o mercado brasileiro é impulsionado, principalmente, pelos setores de óleo e gás, papel e celulose, petroquímico, siderúrgico e mineração. Os desafios também são recorrentes. Câmbio desfavorável, falta de investimentos em pesquisa e desenvolvimento e a concorrência de transnacionais são dificuldades que impedem um crescimento maior e foram citadas por executivos do setor. Para o final do ano, a previsão da entidade é mais conservadora do que os números registrados de janeiro até junho, 18% em relação a 2006 (R$ 2,7 bilhões/US$ 1,24 bilhão), o que permite estimar um faturamento do setor de R$ 3,19 bilhões (US$ 1,7 bilhão). Ainda de acordo com a Abinee, o segmento criou mais de 9,1 mil empregos no primeiro semestre, totalizando 151,9 mil na automação industrial. Apesar de sofrer com a concorrência de produtos chineses e do câmbio desfavorável, algumas empresas nacionais chegam a estimar um crescimento de até 40% em 2007, como é o caso da Coester Automação. Segundo o diretor responsável pelo setor na Abinee e presidente da Yokogawa para a América do Sul, Nelson Ninin, a automação industrial tende historicamente a ter resultado de três a quatro vezes maior que o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Para ele, além da atualização dos equipamentos já instalados, existem também os investimentos em novas unidades e em ampliações, ambos impulsionados pelo cenário econômico favorável, que contribuem para a manutenção do crescimento do setor. Luiz Gerbase, presidente da Altus, pretende incrementar o resultado da empresa em até 16% em 2007, atingindo cerca de R$ 36 milhões (US$ 19,2 milhões). Para 2008, Gerbase estima um ano ainda melhor.