Avanço do crédito atrai nova leva de bancos ao País

Valor Econômico - 15/03/2007

A proximidade de o Brasil chegar ao grau de investimento traz interesse renovado do capital externo em investir em bancos, corretoras e empresas de gestão de recursos no país, inclusive por meio de aquisições. Na nova onda de entrada do capital estrangeiro, no entanto, o que atrai americanos, europeus e até sul-africanos não são os preços baixos e a fraqueza do sistema financeiro, como ocorreu na segunda metade da década de 90. Agora, o interesse é pela força do mercado financeiro, em especial o crescimento do crédito consignado e imobiliário e a forte expansão do mercado de capitais.  No México pré-grau de investimento aconteceu o mesmo e todos os bancos foram adquiridos por estrangeiros. No Brasil, o mesmo não vai ocorrer. A onda atual de investimento externo no setor financeiro vai se restringir a nichos específicos. Hoje, o capital internacional não tem como competir com os capitalizados Bradesco e Itaú, que são eles próprios compradores. "No caso do grande varejo temos visto poucos negócios porque falta vendedor. Comprador tem fila", diz o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga. A área de banco de investimento tem atraído interesse especial. Ontem, foi a vez da Goldman Sachs anunciar o lançamento oficial de seu banco no Brasil. O co-presidente do banco americano, Gary Cohn, disse ao Valor que "não terá limite de capital para operar no Brasil" e que quer ser o banco de investimento número um do mercado.