16/04/07 11h32

BNDES vê aporte de US$ 48,8 bi em álcool

Valor Econômico - 16/04/2007

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prevê investimentos da ordem de R$ 100 bilhões (US$ 48,8 bilhões) em todos os elos da cadeia ligada à produção de álcool no país até 2011. O montante projetado, também já sinalizado por outras fontes, abrange desde a logística de transporte e armazenamento até o desenvolvimento de serviços bancários e ligados ao comércio. Do total estimado, R$ 20 bilhões (US$ 9,8 bilhões) referem-se exclusivamente a projetos de novas usinas de cana e de geração de energia a partir do bagaço. O BNDES pode financiar até metade desses R$ 20 bilhões (US$ 9,8 bilhões). "Quando se instala uma usina, é necessário ter comércio, banco, transporte, logística. Esses investimentos atraem toda uma economia", afirmou Carlos Gastaldoni, assessor da presidência do banco. Ele ressaltou que a expansão da produção de etanol ocorre há três anos, enquanto os investimentos aumentaram de forma expressiva nos últimos quatro anos. Somente no BNDES, os recursos liberados para projetos de etanol e açúcar alcançaram R$ 1,974 bilhão (US$ 962,7 milhões) no ano passado, praticamente o dobro do volume de crédito desembolsado em 2005 (R$ 1,098 bilhão - US$ 451 milhões). No primeiro trimestre de 2007, o banco de fomento já liberou R$ 723 milhões (US$ 352,6 milhões) em financiamentos ao setor. Atualmente, o BNDES possui 70 projetos de produção de etanol e de co-geração por meio do bagaço da cana em sua carteira, incluindo os pedidos de empréstimo em análise, os projetos aprovados e os desembolsos em curso. A carteira corresponde a R$ 12 bilhões (US$ 5,9 bilhões) em investimentos, dos quais R$ 7 bilhões (US$ 3,4 bilhões) são financiamentos. A estimativa de investimentos até 2011 considera apenas a demanda doméstica, impulsionada pelo contínuo aumento da frota de carros do tipo flexfuel. O crescimento previsto da exportação de etanol, atualmente em 3 bilhões de litros, não entrou nos cálculos do banco. Para fazer frente ao aumento do consumo interno, a produção de álcool terá de passar dos atuais 17 bilhões de litros anuais para 24 bilhões de litros até 2011, o que implica a instalação de 80 a 100 novas usinas. Gastaldoni afirmou que o crescimento do setor será acompanhado por uma maior modernização produtiva e de gestão das empresas. Os fabricantes tradicionais terão de se modernizar para conseguir recursos no mercado financeiro e concorrer com novos investidores, tanto nacionais quanto estrangeiros. A expansão da atividade nos próximos anos ainda deve incluir a redução do trabalho humano no corte da cana, considerado exaustivo, disse Gastaldoni.