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Brasil precisa de 8 milhões de novas casas

Valor Econômico - 23/11/2007

A aposta das principais construtoras e incorporadoras brasileiras no segmento de baixa renda ganha um reforço importante hoje, quando o Sindicato da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon) apresenta um plano para zerar o déficit habitacional brasileiro, que, de acordo com dados do IBGE compilados pela Fundação Getúlio Vargas, está em cerca de oito milhões de moradias. O sindicato pretende fazer pressão junto ao governo federal para que 10 medidas inspiradas na experiência mexicana sejam adotadas pelo Plano Nacional de Habitação, que deve ser apresentado pelo Ministério das Cidades no segundo semestre de 2008. O ponto principal na eliminação da carência de moradias na visão do sindicato é uma ampliação considerável dos subsídios governamentais para as habitações de interesse social. Nas contas de João Cláudio Robusti, presidente da entidade, o governo precisaria investir cerca de R$ 100 bilhões (US$ 57,5 bilhões) em subsídio para que as oito milhões de famílias que integram o déficit possam ter uma moradia digna. Apesar das esperanças das pequenas em conquistar uma fatia desse grande bolo, as principais companhias estão criando marcas e divisões específicas para a baixa renda, ou seja, a parcela da população que ganha até cinco salários mínimos e não tem sido atendida pela enxurrada de lançamentos imobiliários. Os dados do IBGE compilados pela empresa de consultoria da Fundação Getúlio Vargas mostram que a aposta pode render bons frutos. De acordo com o estudo, o número absoluto de moradias necessárias cresceu de 2005 para 2006, passando de 7,8 milhões para 7,95 milhões. São Paulo é o estado com a maior necessidade de novas casas: 1,5 milhão. Rio, Minas, Bahia, Pará, Ceará e Maranhão, juntos, precisariam de mais 3,5 milhões.