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Brasileira Sabó expande produção no exterior

Valor Econômico - 11/04/2007

A Sabó não é apenas uma das poucas empresas do setor de autopeças de capital totalmente nacional que sobreviveram à invasão das multinacionais. Ela adotou o caminho inverso e não pára de crescer no exterior. A companhia se prepara para inaugurar uma fábrica nos Estados Unidos, em julho; vai dobrar o tamanho da unidade da Argentina; e ainda pretende elevar em 33% a capacidade de produção da linha da Áustria. É, aliás, esse perfil de multinacional que a livra agora do sufoco que muitas empresas do setor estão enfrentando para atender ao crescimento da produção de veículos no Brasil. Ao elevar a capacidade de produção na Argentina poderá atender ao crescimento não apenas do mercado argentino como dos pedidos de reposição de outros países da região, como a Venezuela. Com uma fábrica na Carolina do Norte, a Sabó, fabricante de juntas e retentores, terá condições de atender os próximos pedidos das montadoras dos Estados Unidos com uma produção local. Esse projeto consumiu US$ 10 milhões. Serão investidos US$ 6 milhões na fábrica de Buenos Aires, que deverá ter a receita anual elevada dos US$ 13 milhões do ano passado para US$ 20 milhões em 2012, segundo previsão do diretor geral da Sabó na América do Sul, Luis Gonzalo. A ampliação na Áustria permitirá atender os novos pedidos de retentores que começam a chegar de montadoras da Alemanha. O programa multinacional da Sabó inclui ainda uma fábrica na Hungria, estrategicamente localizada para atender à migração de boa parte da produção de veículos para o Leste Europeu. O avanço global não pára aí. A empresa brasileira, que já contava com um centro técnico na França, terá agora mais um na China e outro no Japão. Na China, o objetivo é aproximar-se da Volkswagen, um dos maiores produtores de automóveis naquele país. No Japão, a idéia é garantir a aproximação de montadoras como a Toyota, que produz carros no Brasil, mas ainda mantém o desenvolvimento de projetos na matriz. Segundo Gonzalo, mesmo assim a empresa precisa investir nas duas fábricas brasileiras. Neste ano, a companhia investirá US$ 6 milhões em novos equipamentos e desenvolvimento da antiga fábrica de São Paulo e na de Mogi Mirim, no interior do Estado, inaugurada há pouco mais de um ano para garantir a ampliação da produção.