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Calçadistas crescem com aquisição de concorrentes

Valor Econômico - 24/09/2007

A indústria brasileira de calçados está movimentada. Em pouco mais de dois meses, grandes empresas do setor, como Vulcabras e São Paulo Alpargatas, anunciaram a intenção de promover aquisições. A última operação foi comunicada na sexta-feira pela Alpargatas, que desde os anos 90 não fechava um novo negócio. A fabricante das sandálias Havaianas ofereceu R$ 49,5 milhões (US$ 25,3 milhões) pela marca concorrente Dupé, produzida pela Companhia Brasileira de Sandálias (CBS). A partir de 1997, a marca pernambucana multiplicou o seu negócio em dez vezes e passou a incomodar a líder. Em várias cidades do Nordeste, a Dupé detinha quase 30% do market share de chinelos e sandálias. No Brasil, a participação da Dupé no segmento de chinelos é de 6% e em sandálias, 2%. A Havaianas possui entre 10% e 12% do market share de sandálias e 42% do segmento de chinelos. Do faturamento de R$ 1,5 bilhão (US$ 767,66 milhões) em 2006, cerca de 45% vem das vendas das Havaianas. O negócio só deve ser finalizado em 31 de outubro, quando termina o período de due diligence. Além disso, a conclusão do processo também depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Outro grande negócio que a Alpargatas está prestes a fechar é a compra de 31,4% da Alpargatas Argentina, que detém as marcas Topper (calçados), Alpargatas Têxtil, Pampero, Rueda, Media Naranja, Palette e Horizons (têxtil). Em julho, a Vulcabras adquiriu por R$ 387 milhões (US$ 198 milhões) a Azaléia e encostou na Alpargatas, cuja receita líquida foi de R$ 1,3 bilhão (US$ 665,3 milhões). Vulcabras e Azaléia juntas têm uma receita líquida de R$ 1,2 bilhão (US$ 614 milhões).