28/12/06 15h33

Carne bovina busca mercados mais nobres

Valor Econômico - 28/12/2006

Ainda que estejam prontos para brindar em 2006 a consolidação do país como maior exportador de carne bovina do mundo em volume e agora também em receita - já que a Austrália perdeu espaço no mercado internacional -, os exportadores brasileiros de carne bovina ainda terão pela frente, em 2007, o velho desafio de acessar mercados mais nobres, como os EUA e países da Ásia. O fato é que atualmente, por conta de restrições sanitárias, o Brasil tem na União Européia sua única opção para vender cortes bovinos mais valorizados, e as vendas desses itens mais nobres produzidos aqui vêm patinando no bloco. Enquanto isso, crescem os volumes para os chamados mercados emergentes, como Rússia e Bulgária, que costumam comprar cortes mais baratos. Segundo levantamento da Coimex com base em dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), em novembro passado o Brasil exportou 6.858 toneladas de carne bovina resfriada sem osso, cujo preço médio ficou em US$ 7.040 por tonelada. Em outubro, as vendas haviam somado 7.402 toneladas, e os números mostram que o desempenho do produto vive de altos e baixos sobretudo desde o fim de 2005, quando a UE embargou a carne de três Estados brasileiros - Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo - em razão do ressurgimento da febre aftosa no país. Já as vendas de carne bovina para a Rússia, que compra principalmente cortes de dianteiro do país, crescem mesmo com o embargo que persiste para algumas regiões brasileiras, também por causa da aftosa. Segundo o MDIC, em novembro os embarques à Rússia somaram 56.346 toneladas, ante 46.973 em outubro.