27/11/06 15h37

CCR monta estratégia financeira para acelerar expansão

Valor Econômico - 27/11/2006

A CCR está montando uma estratégia de alavancagem para sustentar suas novas investidas em concessões rodoviárias no Brasil e no exterior, no setor de transportes metropolitanos e em novos nichos de negócios. Entre recursos próprios, de parceiros e demais fontes de financiamento, tem condições de levantar até US$ 5,6 bilhões nos próximos quatro anos. A empresa pretende elevar sua relação dívida líquida/lajida, da atual 1,1 vez para até três vezes. A geração operacional de caixa da CCR até o fim de setembro atingiu US$ 409 milhões. Os planos da empresa são ambiciosos. Até 2010, quer dobrar seu valor de mercado, hoje na casa dos US$ 2,8 bilhões. A empresa deve bater na porta de tradicionais financiadores como o BNDES, recorrer ao mercado de capitais, bancos e IFC e buscar novas fontes em bancos de fomento no exterior, além de cogitar emissões internacionais. Estão na mira da concessionária o programa federal de concessões (equivalente a 8,1 mil quilômetros), a nova fase do programa de desestatização do Estado de São Paulo (outros 2 mil quilômetros de estradas) e o trecho Sul do Rodoanel paulista, projeto que será levado adiante por um modelo de concessão pura. Em dezembro será realizada uma audiência pública para discutir o desenvolvimento das obras.  A CCR se mostra disposta a buscar parcerias locais para concorrer aos processos de concessões nos Estados Unidos e no México. Só nos EUA, o programa de privatizações corresponde a 320 mil quilômetros de rodovias. Naquele país, a CCR chegou a participar de uma pré-qualificação de concessão no estado do Texas e ainda concorre em um projeto no Colorado. Nas duas empreitadas conta com a parceria da portuguesa Brisa, que detém uma participação acionária na holding brasileira. A CCR pretende ampliar sua participação no transporte metropolitano. A empresa faz parte do consórcio Metroquatro (formado também por concessionárias de transporte metropolitano de Buenos Aires e Paris) para operar e explorar a linha 4 do Metrô paulista. O sindicato dos metroviários contestou na Justiça a decisão. A empresa estuda alongar seu endividamento bruto, atualmente em US$ 786 milhões. Em 2009, pretende postergar o vencimento de quase US$ 139 milhões.