12/01/09 10h32

Com US$ 9,9 bilhões em caixa, Roche estuda aquisições

Valor Econômico - 12/01/2009

O grupo farmacêutico suíço Roche dispõe de um tesouro de guerra de US$ 9,9 bilhões líquidos em caixa que pretende utilizar para aquisições e parcerias, inclusive no Brasil, no meio da crise financeira global. Adriano Treve, diretor-geral da Roche Brasil, disse ao Valor que a empresa está "atenta a oportunidades que podem surgir também no Brasil, trabalhando junto com a matriz". Ele vê "muito potencial" para a Roche encontrar "oportunidades" no país, diante de "muitos bons projetos" no mercado nacional. O executivo diz que o interesse é reforçar o portfólio existente. O alvo está na área terapêutica, com o objetivo de aumentar participação de mercado no país. "Não atuamos muito na área de antibióticos, e não adianta expansão aí", afirma. No Brasil, até recentemente grupos farmacêuticos internacionais reclamavam de incertezas para ampliar investimentos, diante das ameaças do governo de quebrar patentes de remédios. O diretor da Roche parece mais confiante agora. "A situação até pode mudar amanhã, mas no momento não há fricções", afirmou. "Direito de propriedade intelectual é a espinha dorsal para a indústria farmacêutica e o governo está entendendo isso." Para 2009, Adriano Treve diz que a empresa dará continuidade aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos no Brasil, integrados em projetos globais da companhia. Na sua avaliação, a crise terá efeito diferenciado sobre a indústria farmacêutica no país. Ele vê maior impacto nos laboratórios com portfólio mais ambulatorial, que se focam no varejo. Trabalhando "com vista no longo prazo", a Roche quer avançar este ano no lançamento de produtos com moléculas já disponíveis, por exemplo, contra artrite e anemia renal. Os planos de exportação de medicamentos a partir da fábrica no Rio de Janeiro são ambiciosos, visando também o mercado europeu. São basicamente dois produtos: Marcoumar (para coagulação do sangue) e Bactrim (antibiótico).