21/11/22 13h19

Comércio bilateral com a Colômbia seguirá trajetória de alta consistente, segundo “Perfil País”, da ApexBrasil

Comex do Brasil

O Brasil é o quarto principal parceiro comercial da Colômbia, atrás apenas dos Estados Unidos, China e México, com um market share de 5,7% no mercado do país vizinho e tem perspectivas de ampliar ainda mais as suas vendas para o mercado colombiano, conforme indica o “Perfil País”, elaborado pela Agência de Promoção das Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Historicamente, mais de 90% da pauta de exportação brasileira para a Colômbia é composta por produtos industrializados, com destaque para veículos automotores e suas partes, produtos de plástico, metalúrgicos e químicos orgânicos, revela o estudo. 

Com uma população de mais de 53 milhões de habitantes, a segunda maior da América do Sul, e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 314 bilhões (dados de 2021), a Colômbia é o segundo país sul-americano com mais oportunidades de consolidação para o Brasil. 

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, de janeiro a outubro deste ano, as exportações brasileiras para a Colômbia cresceram 54,8%, comparativamente com o mesmo período de 2021, e somaram US$ 4,179 bilhões. Na outra ponta, as vendas colombianas para o Brasil atingiram a cifra de US$ 2,072 bilhões (alta de 32,2%). 

A corrente de comércio (exportação+importação) somou US$ 6,250 bilhões, uma variação positiva de 46,5% em relação aos dez primeiros meses do ano passado. Com esses números, o intercâmbio bilateral proporcionou ao Brasil um superávit de US$ 2,107 bilhão. 

Segundo o estudo, as exportações brasileiras para a Colômbia vinham em um ritmo de crescimento constante desde 2016 mas, em 2020, a queda frente ao ano anterior foi significativa, face ao impacto da Covid-19. Em 2021, houve reversão da queda de 2020, com aumento de participação e recorde em valor exportado, da ordem da US$ 3,347 bilhões. 

De janeiro a outubro deste ano, os automóveis lideraram as exportações para a Colômbia, com um total de US$ 626 milhões (alta de 58,8%) e responderam por 15% de todo o volume exportado para o país vizinho. Além dos veículos, tiveram participação relevante nos embarques para a Colômbia o milho (US$ 519 milhões), café não-torrado (US$ 229 milhões), demais produtos da indústria de transformação (US$ 164 milhões) e partes e acessórios para veículos (US$ 140 milhões). 

As exportações da Colômbia para o Brasil também contam com uma relevante participação dos produtos industrializados, apesar de as vendas serem lideradas pelo carvão, responsável por 31% das exportações, e uma receita da ordem de US$ 637 milhões. Coques e semi-coques geraram receita de US$ 351 milhões para os colombianos, seguidos por polímeros de cloreto de vinila (US$ 281 milhões), inseticidas, rodenticidas e fungicidas (US$ 169 milhões) e gorduras e óleos vegetais (US$ 140 milhões). 

O “Projeto País” indica que 62% das importações da Colômbia são provenientes de acordos e dentre eles se destaca o ACE-72 entre o Mercosul e a Colômbia. Implementado em 2017, estabelece quotas anuais de importação, com margem de preferência de 100% para veículos e passageiros e de carga. 

 As preferências tarifárias do setor automotivo estão sujeitas a quotas anuais, para cada país, de 50 mil veículos. Após a vigência desse acordo, as exportações brasileiras para a Colômbia tiveram um crescimento médio anual de 7,2% entre 2017 e 2021. 

Entre os destaques, as exportações de automóveis, que vêm crescendo significativamente nos últimos anos e até o último mês de outubro teve uma alta de 58,8%. Apesar disso, o estudo da ApexBrasil adverte que o exportador brasileiro precisa ter atenção especial em relação às novas propostas de regulação relacionadas ao setor automotivo. 

Na disputa por espaços no mercado colombiano, o Brasil enfrenta adversários de peso, entre eles os Estados Unidos e a China. Dados oficiais de 2021 indicam que, no total, os americanos são os principais exportadores para a Colômbia, com uma participação de 23,6% no mercado local, contra 23,1% da China e 5,7% do Brasil. 

No tocante aos veículos de passageiros, Brasil e México aparecem praticamente empatados, com uma participação de 22,4% e 22,3%, respectivamente, cabendo ao Japão uma fatia de 12,1%. 

Em relação ao milho, segundo principal item da pauta exportadora brasileira para a Colômbia, os Estados Unidos forneceram este ano 68,8% do total importado, seguidos pela Argentina, com 18,0% e o Brasil com 12% 

Apesar da forte concorrência sino-americana e do México, a ApexBrasil identificou 1.496 oportunidades de negócios para empresas brasileiras no mercado colombiano, em setores nos quais o país vizinho realizou, de acordo com dados de 2020, importações próximas de US$ 24 bilhões e nos quais o Brasil tem participação relativamente importante e vislumbra perspectivas de crescimento nas exportações. 

São eles: máquinas e equipamentos de transporte (importações de US$ 7,3 bilhões e participação brasileira de 12,3%); produtos químicos e relacionados (US$ 5,8 bilhões e participação nacional de 7,5%); artigos manufaturados, classificados principalmente pelo material (US$ 4,1 bilhões em importação total e 12,9% de participação brasileira); produtos alimentícios e animais vivos (importações totais de US$ 2,9 bilhões e participação brasileira de 11,6%); e outros (importações de US$ 3,9 bilhões, com uma participação brasileira de 4,9%). 

fonte: https://www.comexdobrasil.com/comercio-bilateral-com-a-colombia-seguira-trajetoria-de-alta-consistente-segundo-perfil-pais-da-apexbrasil/