26/12/18 14h13

Confiança da construção atinge maior nível desde 2014, aponta FGV

Valor Econômico

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, subiu 0,8 ponto em dezembro, alcançando 85,5 pontos, o maior nível desde dezembro de 2014 (88,8). Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 1,7 ponto, chegando à quarta alta consecutiva.

 Em dezembro, a alta do ICST foi influenciada tanto pela melhora da situação atual quanto das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 0,6 ponto em dezembro, para 74,7 pontos, o maior nível desde abril de 2015 (75,5 pontos). A maior contribuição para o resultado positivo do índice foi influenciada pelo indicador que mede a percepção sobre momento atual, que subiu 1,0 ponto, para 77,4 pontos.

 O Índice de Expectativas (IE-CST) cresceu 0,8 ponto, atingindo 96,6 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2014 (97,7 pontos). O aumento das expectativas foi influenciado pelo indicador que mede a demanda prevista para próximos três meses, que avançou 2,4 pontos, para 97,5 pontos.

 O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) do setor calculado pela FGV avançou 1,9 ponto percentual, para 66,6%. Os indicadores desagregados dos Nucis para Mão de Obra e Máquinas e Equipamentos também tiveram variações positivas: 2,0 e 1,2 pontos percentuais, respectivamente.

 "A percepção empresarial dominante foi de melhora no ambiente de negócios da construção ao longo de 2018. No entanto, esse movimento não vai se traduzir em um resultado positivo para o PIB do setor. A esperada recuperação foi adiada mais um ano. No ano da ‘despiora’ da construção, o indicador de Confiança continua abaixo do patamar do final de 2014, o primeiro ano da crise. De todo modo, se não dá para falar de otimismo, é possível notar que as expectativas com a demanda alcançaram o melhor resultado dos últimos quatro anos”, observou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV, em comentário no relatório.

 EMPREGO PREVISTO

 As expectativas de recuperação da demanda setorial estão se refletindo positivamente nas intenções de contratação. A proporção de empresas relatando redução no quadro de pessoal para os próximos meses caiu de 26,2%, em dezembro de 2017, para 20,5%, em dezembro de 2018; enquanto isso, a parcela das que reportaram aumento subiu de 13,9% para 19,5%. Na série livre de influência sazonal, o indicador de Emprego Previsto chegou ao melhor patamar desde maio de 2014.

 “O quadro ainda é de pessimismo moderado, mas, depois de cinco anos de queda no número de empregos, as empresas da construção sinalizam para o próximo ano uma melhora importante no mercado de trabalho”, observou Ana Maria Castelo.

 A pesquisa coletou informações de 599 empresas entre os dias 4 e 19 de dezembro. A próxima Sondagem da Construção derá divulgada em 28 de janeiro.