25/05/07 14h47

Consolidação da petroquímica pode atrair multinacionais

Gazeta Mercantil - 25/05/2007

A consolidação do Sudeste abre as portas da petroquímica brasileira para que haja, pela primeira vez, uma aquisição de ativos do tamanho de uma Suzano Petroquímica ou até mesmo de Suzano e Unipar juntas, em um bloco já consolidado, por uma empresa internacional, em especial as petroquímicas do Oriente Médio, que vêm crescendo ostensivamente via aquisições no mercado internacional, devido à força dos petrodólares. Fontes próximas às negociações da consolidação no Sudeste e analistas fecharam esta conclusão em análise para a Gazeta Mercantil. "A Suzano é uma empresa muito bem reestruturada e enxuta. Mas mesmo assim tem seu preço. Porém há muito mais possibilidade de ser vendida a um grupo internacional", afirmou uma fonte. Na avaliação dele, as empresas que hoje têm suporte de petrodólares terão o Brasil como mercado atrativo após a reestruturação, principalmente na região Sudeste, onde está o maior mercado consumidor do País. Há ao menos duas empresas que têm crescido no mundo petroquímico via grandes aquisições nos últimos tempos: a saudita Sabic e a indiana Reliance. Elas estudam o Brasil como um mercado a ser ocupado. Principalmente depois da reestruturação que o setor vem sofrendo. Outro motivo é o crescimento da Braskem no País, que passa a ser concorrente mundial das grandes petroquímicas a partir do Brasil e Venezuela. "Sabic e Reliance estão observando o Brasil já há uns dois anos. Seriam potenciais compradores de uma das empresas do Sudeste, ou delas já reestruturadas", disse o sócio diretor da consultoria especializada em petroquímica Maxiquim, João Luiz Zuñeda. Quanto à briga sobre quem fica no Sudeste por hora, "o momento é de dizer ‘eu existo e posso me mexer' para valorizar meus ativos caso eu tenha de vender. Mais importante do que isso, porém, é que a Petrobras não pode ficar sozinha no Sudeste, ela necessita de um parceiro privado com dinheiro para construir o pólo petroquímico do Sudeste e o Comperj. Aí pode haver um sócio internacional", disse a fonte.