21/08/07 14h32

Consumo muda na Ásia e deve favorecer a América do Sul

Valor Econômico - 21/08/2007

Mudanças nos hábitos de consumo alimentar e a redefinição de barreiras para proteger a produção agrícola local determinarão os rumos do comércio agrícola - especialmente entre países da América do Sul e asiáticos, que apresentam os maiores índices de expansão agrícola no mundo e já respondem por 30% do PIB agrícola e 16% das exportações agrícolas globais. Essa é uma das conclusões de um conjunto de estudos liderado pelo Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone) e realizado por institutos de nove países, que constituem a Asia Latin-America Agri-Food Research Network (Alarn). Os estudos revelam que como a China, outros países da Ásia mudarão seu perfil de consumo, o que afetará de modo significativo o comércio agrícola global. Ano a ano, esses países elevam mais as importações do que as exportações e tendem a manter uma grande dependência em relação aos países do Mercosul e Chile. De acordo com dados do Icone, os países do sudeste asiático mais a China elevaram as exportações agrícolas em 65% entre 2000 e 2005, para US$ 87 bilhões. Mas as importações desses países subiram 88% no mesmo período, para US$ 77,7 bilhões. China e Filipinas já apresentam uma balança comercial agrícola deficitária, mas países como Índia e Tailândia importam em um ritmo mais veloz que exportam, o que leva os pesquisadores a crer que em poucos anos esses países também se tornarão importadores líquidos de produtos agrícolas.