Cosan investe US$ 1,7 bi em plano de expansão

Folha de S. Paulo - 13/04/2007

A Cosan, maior produtora de açúcar e álcool do país, anunciou ontem plano de expansão com investimentos de US$ 1,7 bilhão em quatro anos. A informação foi dada em coletiva de imprensa para "mitigar preocupações do mercado" sobre a estratégia de crescimento da empresa em um momento em que os ativos do setor passam por uma supervalorização, provocada pela expansão acelerada do mercado alcooleiro. "A estratégia de crescimento da Cosan não depende exclusivamente da aquisição de usinas", afirmou o vice-presidente Paulo Diniz, em referência à sua principal política de expansão nos últimos anos. O plano inclui o início de atividades fora do Estado de São Paulo, onde se localizam as atuais 17 usinas do grupo. Cerca de US$ 650 milhões serão destinados ao desenvolvimento de três novas unidades em Goiás, totalmente dedicadas ao álcool (greenfields), nos municípios de Jataí, Montividiu e Paraúna. Cada uma das plantas terá capacidade de 3,3 toneladas e a previsão é que a primeira comece a produzir em 2009. Minas Gerais também é cogitada como potencial área de investimento, assim como o sul do Maranhão. Outras medidas estão relacionadas a melhoria operacional, como redução de custos e incremento de produtividade, co-geração de energia elétrica (com conseqüente ganho de receita e créditos de carbono) e expansão das atuais usinas. Do total a ser investido, US$ 600 milhões já estariam em caixa, garantindo "os primeiros passos" do plano. A empresa não informou a origem do valor complementar aos US$ 1,7 bilhão, mas não descartou parcerias com estrangeiros. Sobre a introdução do etanol em outros países, o diretor comercial Marcos Lutz destacou a necessidade de atrelar a medida à garantia de abastecimento. Reconhece, no entanto, que os produtores têm receio de elevar a produção sem garantias de venda. E ainda ontem a Cosan adquiriu, em conjunto com os grupos São Martinho e Santa Cruz, a Usina Santa Luiza, localizada em Motuca (SP). A São Martinho investiu R$ 74,7 milhões (US$ 36,4 milhões); a Cosan, R$ 59,8 milhões (US$ 29,2 milhões), e a Santa Cruz, R$ 44,8 milhões (US$ 21,9 milhões).