15/08/07 10h45

Empresário paulista formata o bilateralismo via México

DCI - 15/08/2007

A negociação de um acordo de livre-comércio com o México devem estar na proposta de mudança na política externa brasileira que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) oficializará nas próximas semanas, além de novas sugestões no âmbito do Mercosul, como a expansão das negociações extra-bloco para a Coréia do Sul. As primeiras linhas da estratégia, que foca os acordos bilaterais, foram debatidas ontem em reunião entre o Conselho Superior de Comércio Exterior (Coscex) da Fiesp e a Secretária Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Lytha Battiston Spíndola.Segundo o ex-embaixador e presidente do Coscex, Rubens Barbosa, o governo brasileiro manteve uma estratégia voltada para os diálogos multilaterais da Rodada de Doha nos últimos cinco anos e as pautas bilaterais não apresentaram avanços. Com a falta da fast track - autorização necessária para o presidente dos Estados Unidos fechar um acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC) - o embaixador acredita que uma conclusão na Rodada ficará adiada para 2009. Com isso, a Fiesp irá debater a proposta realizada pelo ex-embaixador em relação a pauta bilateral para formalizar uma indicação de estratégias ao governo. O restante das propostas da Fiesp devem seguir linha semelhante ao estudo entregue pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ministério das Relações Exteriores, no final de junho. A pauta preliminar debatida na reunião de ontem contém tópicos em três frentes de negociações - uma para as pautas bilaterais do Brasil, e outras duas para os acordos extra-bloco e as negociações internas no âmbito do Mercosul. Na vertente das negociações brasileiras, a idéia inicial é que o País abra mais diálogos na região, via Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). Segundo Barbosa, a ampliação dos Acordos de Complementação Econômica (ACEs) com o México - o ACE 53, que envolve diversos setores, e o ACE 55, do setor automotivo - deve ser um dos pontos desta nova etapa. Outro dos pontos indicado na pauta é a criação de um diálogo setorial entre iniciativa privada para acordos comerciais com os EUA. Há também propostas para a ampliação das trocas sul-sul por meio das preferências tarifárias via Sistema Geral de Preferências Comerciais (SGPC). Atualmente, o Brasil tem o benefício com 43 países em desenvolvimento.Já no âmbito do Mercosul, a indicação é que a Fiesp apóie um acordo com os países andinos para formação de uma área de livre-comércio na América do Sul. A pauta preliminar do Coscex também referenda negociações de acordos extra-zona para o Mercosul, como com a União Européia, Coréia do Sul, Israel, países do golfo, Índia e África do Sul. Outro ponto comum entre as discussões na Fiesp e a proposta da CNI é a indicação da necessidade de uma política externa própria para a China. As entidades apontam a necessidade de um maior aproveitamento das oportunidades que o país asiático apresenta enquanto importador.