28/05/19 12h25

Empresas de autopeças apostam em alta de até 25% nos próximos 5 anos

Estudo realizado por AB e Reed Exhibitions indica otimismo para o médio prazo

Automotive Business

A cadeia de valor automotiva enfrentou momentos difíceis no Brasil nos últimos anos como consequência das dramáticas quedas na produção de veículos. Agora, no entanto, a projeção para o médio prazo é otimista, conforme apurado na pesquisa O Horizonte para a Indústria de Autopeças, realizada por Automotive Business em parceria com a Reed Exhibitions. Segundo o estudo, a maior parte das empresas do segmento (45%) apostam em expansão de 16% a 25% do mercado brasileiro de autopeças nos próximos cinco anos.

O estudo buscou mapear como as empresas de autopeças foram afetadas pela recente crise, suas expectativas para a recuperação do mercado e a visão sobre inovação. As conclusões foram apresentadas com exclusividade no ABX19 – Automotive Business Experience, evento que reuniu 2 mil lideranças de empresas automotivas em São Paulo na segunda-feira, 27. 

O EFEITO DA CRISE

A crise que contraiu as vendas da indústria automotiva nos últimos anos teve consequências severas para a cadeia de autopeças. Dos respondentes da pesquisa 52% apontam que houve queda no faturamento das empresas em que trabalham durante a crise. Para 20% a situação foi de estagnação. Para 57% dos respondentes, a crise teve impacto negativo sobre a saúde financeira da organização, aumentando ou gerando endividamento.

Parcela de 28% apontam que foram capazes de registrar expansão das receitas mesmo no cenário adverso. A maior parte dos entrevistados, 59%, apontou que o principal impacto negativo da crise foi a redução da margem de contribuição – o montante que sobra da receita das vendas dos produtos e serviços e é usado para pagar os custos fixos e gerar lucro. Outro efeito importante foi a paralisação dos investimentos em inovação, algo sinalizado por 48% dos entrevistados.

O contexto negativo, não impediu que os respondentes identificassem efeitos positivos da crise. O principal deles foi a redução de custos. Os gestores que participaram da pesquisa indicaram em seguida o enxugamento das equipes, sem levar em conta os custos sociais das demissões. A abertura da novos clientes e mercados também figura na lista dos improváveis efeitos positivos do momento complicado.

EXPECTATIVAS PARA OS PRÓXIMOS ANOS

Ainda que a recuperação da economia não tenha indicado consistência, a visão das pessoas que trabalham em empresas de autopeças se mostrou otimista para 2019. Para 87%, haverá crescimento nas vendas este ano - e 69% afirmam que esta expansão deve chegar a 15%. O panorama para a contratação de pessoas não é tão positiva: para 31% o quadro de funcionários deve se manter estagnado.

Questionados sobre a perspectiva para os próximos cinco anos, a maior parte dos respondentes, 45%, esperam que os mercado brasileiro de autopeças cresça entre 16% e 25%. Entre os entrevistados, ninguém apontou esperar contração dos negócios. As apostas também são positivas para as exportações, com 31% dos entrevistados convictos de que as vendas externas avençarão de 6% a 15% no mesmo período.

INOVAÇÃO É DESAFIO

Mesmo diante do avanço da transformação digital, boa parte da cadeia de autopeças demonstrou ter visão ainda restrita quando o assunto é inovação. Entre os entrevistados, 16% declararam que as novas tecnologias digitais não são vistas como um fator relevante para a organização em que trabalham – o número está longe de representar a maioria, mas ainda assim é alarmante pela relevância do tema.

Apenas 26% dos respondentes apontaram que suas empresas investem amplamente em tecnologias digitais, que estão inseridas em toda a estratégia da marca. Já 35% indicaram que as empresas em que atuam não geram novas receitas com soluções inovadoras.

Por outro lado, 25% dos entrevistados apontam estar criando faturamento com serviços que há pouco não existiam e 20% estão obtendo receitas com novos produtos tecnológicos.